O Rio Grande do Sul segue com o etanol mais caro do país. Aliás, continua também sendo o único Estado com a média do litro acima de R$ 4 na pesquisa da Agência Nacional do Petróleo. A ANP considera 171 postos de combustível no levantamento semanal.
O preço médio do álcool combustível no Rio Grande do Sul está em R$ 4,03. Os valores encontrados pela agência reguladora variam entre R$ 3,69 e R$ 4,99.
Os menores preços médios foram encontrados pela ANP no Mato Grosso, R$ 2,61, e São Paulo, R$ 2,76. Os dois Estados concentram as usinas que produzem o etanol a partir da cana de açúcar.
Aliás, é de São Paulo e do Paraná que o Rio Grande do Sul compra o álcool combustível, já que produz apenas 2% do que consome. Ele vem de trem e caminhão, segundo o Sulpetro-RS, sindicato que representa os postos de combustível.
Carro flex
Em geral, o carro flex dos gaúchos não deve usar etanol há um bom tempo. Depende do rendimento do motor, mas, em geral, fala-se que o álcool tem que custar no máximo 70% do preço da gasolina para valer a pena. Alguns engenheiros até falam em 80%. Mas com os patamares atuais de valores, a gasolina é a opção mais vantajosa.
Curiosa, a coluna Acerto de Contas perguntou para o presidente do Sulpetro-RS, João Carlos Dal'Aqua, quem ainda abastece com etanol. Veja o que ele contou:
— Temos os veículos de locadoras. Quando o pessoal devolve os carros, procura o combustível mais barato para encher o tanque. Também há consumidores que gostam de usar eventualmente o etanol para “limpar” o motor, além de alguns poucos convictos que preferem esse produto. Muitos postos já nem oferecem mais etanol.
Antes da descoberta do pré-sal, até havia investimentos interessantes para ampliar a produção de etanol no Rio Grande do Sul. Pesquisava-se até variedades de cana de açúcar que se adaptassem ao clima gaúcho, além de outras fontes para a produção do combustível. No entanto, as atenções depois voltaram-se novamente ao petróleo.
Impacto na gasolina
Os preços do etanol estão subindo nas usinas nas últimas oito semanas, segundo o monitoramento feito pela USP. O motivo é o aumento da demanda. Com isso, o impacto chegou na gasolina, que tem adição obrigatória de etanol anidro nas distribuidoras.
Colunista Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
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