Investir - e garantir uma boa rentabilidade - exige uma certa dedicação. Até mesmo porque, para a maioria dos mortais, ganhar dinheiro dá trabalho. Afaste o comodismo e mantenha-se minimamente informado sobre o que acontece na economia do país e também mundial.
A coluna bateu um papo interessante sobre o assunto no programa Acerto de Contas (domingos, às 6h, na Rádio Gaúcha) com o criador do Dinheirama. O consultor financeiro Conrado Navarro aponta três erros do investidor preguiçoso. Veja quais são:
1 - Investir só no banco onde tem conta corrente
É um forte sinal de comodismo. Para uma rentabilidade melhor, com retornos mais altos e taxas mais baixas, é importante conhecer também os produtos oferecidos por corretoras de valores ou gestoras de investimentos. Grandes bancos até têm possibilidades vantajosas e costumam dar como benefício isenções de taxas. No entanto, nem sempre são as mais oferecidas aos clientes.
— Bancos médios, butiques de investimento e corretoras oferecem opções de investimento semelhantes, com mesmo risco e garantias. Porém, têm rentabilidades melhores e aportes iniciais menores. Isso sem contar a oferta de investimentos que o varejo tradicional prefere "esconder" de seu cliente, caso do Tesouro Direto - acrescenta Conrado Navarro.
Ele exemplifica:
— A Letra de Crédito Imobiliário (LCI) é isenta de Imposto de Renda. A aplicação oferece segurança e rentabilidade atrelada ao CDI. Nos grandes bancos, o retorno gira em torno de 85% do CDI. Em casas especializadas e bancos médios, o percentual chega a 95% do CDI. A garantia do Fundo Garantidor de Crédito de até R$ 250 mil por CPF existe para todos e a liquidez costuma ser a mesma.
A coluna alerta ainda para as indicações de aplicações financeiras, como os títulos de capitalização. Eles não são, nem de longe, um investimento. Estão mais para jogo ou loteria. Só que são empurrados para os clientes porque servem para bater metas internas, com altas taxas de retorno... para o banco! Leia mais: Título de capitalização não é investimento. É jogo
2 - Ficar só em investimentos tradicionais
Manter o dinheiro só na poupança ou em imóveis restringe demais a rentabilidade para o investidor. O consultor Conrado Navarro também critica quem vai apenas na renda fixa. Em especial, pessoas que trabalham com um horizonte superior a dez anos de investimento têm tempo para lidar com eventuais oscilações nos ativos.
O brasileiro se acostumou com os períodos de juro alto, quando a renda fixa garantia retorno alto e sem risco algum praticamente. Agora, com a Selic baixa, a situação é diferente. Ela é a taxa de referência da economia, o que inclui os investimentos em renda fixa.
— Vejo pessoas mantendo dinheiro de médio e longo prazo na caderneta de poupança e em fundos de renda fixa com elevadas taxas de administração. Isso não é ser conservador com rentabilidade, é ser burro - diz o consultor financeiro.
Navarro lista opções boas para pequenos investidores e capazes de oferecer retorno melhor. São elas: títulos públicos indexados à inflação, LCI, investimento em fundos multimercado, Fundo de Investimento Imobiliário (FII) e Fundos de Índice (ETF).
3 - Acreditar na promessa de dinheiro fácil
Parece surreal, mas, depois do conservadorismo, o terceiro erro do investidor preguiçoso é acreditar na promessa de dinheiro fácil. A coluna conhece pessoas que tiraram o dinheiro da poupança e aplicaram, por exemplo, em pirâmides financeiras. São hipnotizadas por promessas de retorno de 3% até 15% ao mês. Leia também: Quem investe em pirâmide financeira é ingênuo ou tem má-fé
— Não tem mágica ou milagre. Grande investidores não enriquecem da noite para o dia. Eles formam o patrimônio ao longo de um grande período — diz Navarro.
Investir é um processo, que precisa ter objetivos realistas. A pessoa tem de montar uma estratégia de investimentos que faça sentido para o seu perfil, grau de aversão ao risco e horizonte de aplicação, que é por quanto tempo o dinheiro ficará parado.
Saiba mais no programa Acerto de Contas. Domingos, às 6h, na Rádio Gaúcha. Ouça aqui: