A despeito do setor de serviços e sua quarta taxa negativa, a economia brasileira cresceu em 2018. Com os desempenhos positivos do varejo e da indústria, o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) avançou 1,15% sobre 2017.
O cálculo usa o desempenho dos setores calculado pelo IBGE. O varejo cresceu 2,3% puxado por supermercados. A indústria elevou a produção em 1,1%, com o segmento de veículos automotores, reboques e carrocerias.
Por outro lado, o setor de serviços recuou 0,1%. A principal influência negativa foi do segmento de cobranças, seguido por pagamentos eletrônicos.
Ainda não é o PIB, que será divulgado em março pelo IBGE, mas é uma prévia. Ainda que abaixo da aposta para o Produto Interno Bruto, o avanço do IBC-Br de 2018 foi o maior desde 2013, quando cresceu 2,91%.
Economista-chefe da CDL Porto Alegre, Oscar Frank pondera que o patamar atingido em dezembro de 2018 ainda está 6,7% abaixo do maior nível da série histórica, que foi registrado de dezembro de 2013. O ano passado fechou em 138,72 pontos.
— O ano de 2018 foi marcado pela frustração das expectativas de uma retomada mais forte, conforme os prognósticos traçados até abril. Entre as causas, estão o cenário internacional mais turbulento, incertezas do processo eleitoral e os efeitos danosos da greve dos caminhoneiros sobre a estrutura de custos do setor produtivo e sobre a confiança de diversos agentes econômicos — detalha Frank.
Pelo relatório Focus, o mercado projeta PIB com avanço de 1,3% em 2018. Para 2019, a expectativa está em um crescimento de 2,5%.