Otimismo do mercado imobiliário bate recorde em Porto Alegre no primeiro trimestre do ano. Foi o que mostrou o Índice de Expectativa do Mercado Imobiliário, calculado pela Alphaplan Inteligência em Pesquisas. O IEMI começou a ser feito em agosto de 2015, auge da crise econômica.
A pesquisa apontou IEMI em 121 pontos, crescimento de 1,2% em relação ao 4º trimestre do ano passado (119,6). Em março de 2017, era de 107,5 pontos. O zero seria o pessimismo absoluto e o 200 o otimismo absoluto.
O número positivo se deve, principalmente, ao otimismo dos corretores/imobiliárias, conforme mostra uma variável do indicador. Já entre incorporadores e consumidores, percebe-se um descontentamento com o cenário atual.
Quando se projeta o futuro, no entanto, o empresário se mostra mais animado. O índice específico desse perfil atingiu 144,1 pontos, que é o melhor resultado desde fevereiro de 2017.
Há esperança de retomada. No entanto, apesar do otimismo aparente, o economista e sócio da Alphaplan, Marcelo Bettio, diz que é preciso analisar os dados com cautela.
— Ano eleitoral é sempre mais complicado, pois o empresário fica aguardando o resultado das urnas. Ele tem receio de lançar e não vender. E hoje são as incorporadoras que têm que dar o primeiro passo e trazer ao mercado produtos diferenciados — analisa Bettio.
Nesta segunda-feira, a Caixa Econômica Federal anunciou a redução de juros para financiamento da casa própria. O banco também aumentou de 50% para 70% a parcela para financiar a aquisição de imóvel usado.
— Ninguém está se mexendo em lançamento ou novos projetos ainda em razão dessa redução. Em um segundo momento, com a melhora das vendas dos usados, a liquidez será convergida em parte para os novos — projeta o diretor da Alphaplan, Tiago Dias.
Para o Sindicato da Habitação de São Paulo (Secovi-SP), a medida potencializa a recuperação do setor. O sindicato faz uma simulação para aquisição de imóvel novo de R$ 250 mil, com 80% financiado. A queda da taxa de juros de 10,25% para 9% representa, em 20 anos, uma diferença de R$ 25,1 mil de juros no bolso do comprador. Adiciona-se, ainda, o fato de que a diferença entre a prestação inicial e a renda exigida do tomador do financiamento cai mais de 8%.