Marca gaúcha, a Poker já contabilizou a venda de 50 mil pares de luvas de goleiro neste ano e olha que considerou só janeiro e fevereiro. Triplicou os números anteriores. A expectativa é atingir 250 mil luvas vendidas em 2018.
As luvas respondem por 30% do faturamento da empresa. Considerando os fardamentos, foram 90 mil unidades comercializadas no primeiro bimestre. Só mais um número: no ano passado, foram 1,478 milhão de unidades de artigos esportivos em geral.
A Poker é de Montenegro. Um dos diretores, Rogério Cauduro, se diz surpreso com o crescimento tão rápido.
— Foi inesperado, mas não foi por acaso. Posicionamos nossa marca junto aos goleiros e investimos milhões em desenvolvimento e relacionamento com os atletas. Temos um planejamento estratégico para o período de 2018 a 2022 que inclui investimentos em design, tecnologia e qualidade - detalha Cauduro.
Se tudo sair como o planejado, a Poker deve dobrar seu faturamento nesses quatro anos. O executivo afirma que, em 32 anos, a empresa já passou por diversas crises econômicas e garante que aproveitou para investir nesses momentos.
Nesta temporada, mais de 50 goleiros das séries A e B do Campeonato Brasileiro são patrocinados pela marca. Entre eles, Paulo Victor, do Grêmio, Danilo Fernandes e Marcelo Lomba, do Internacional, Weverton, do Palmeiras, que foi campeão olímpico em 2016, e Sidão, do São Paulo. São eles os responsáveis por testar os produtos e dar o parecer final.
Tanto que rolou agora em março um workshop de goleiros em Porto Alegre, onde eles experimentaram as luvas e opinaram para a próxima coleção. O produto só vai para o mercado após testado e aprovado pelos atletas.
Para todos os bolsos
A Poker garante que os produtos disponíveis aos consumidores e amadores são iguais aos usados pelos profissionais. Aí entra uma estratégia da marca: há linhas para todos os bolsos. As luvas custam de R$ 50 a R$ 400.
Dicas de quem cresceu
Rogério Cauduro tem algumas dicas para fazer o negócio crescer na crise, inspirando-se até no mercado de capitais:
- Mandei um "oi" no WhatsApp ou resgate uma amizade de infância. Na crise, relacionamento é fundamental.
- Pior não vai ficar. Então, aproveite o momento para um choque de administração e se questione: será que dá para fazer melhor?
- Diversifique. A crise muda necessidades e abre oportunidades. É um bom motivo para criar produtos e diversificar portfólio.
- É hora de abrir a mão. O mercado de ações ensina que devemos comprar na baixa e vender na alta. Também vale para os negócios. Se tens reservas, aproveite para barganhar, pechinchar e fazer valer todo o esforço de ter guardado. Na crise, pessoas e empresas estão bem mais suscetíveis a ceder na negociação.