Maio deve trazer o último corte da taxa de juros Selic. O ciclo chamado de flexibilização monetária começou em outubro de 2016, auge da crise econômica.
A sinalização foi reforçada na ata do Copom, que tem optado por mais transparência nos comunicados. O documento foi divulgado nesta terça-feira e traz ainda mais detalhes da reunião da semana passada, quando o Comitê de Política Monetária cortou a taxa de juros em 0,25 ponto percentual.
O comunicado já havia sinalizado um novo corte na reunião de maio, o que surpreendeu o mercado. Analistas trabalham com corte de 0,25 ponto percentual novamente, com a Selic caindo para 6,25% ao ano.
Na ata, o Banco Central destaca que identificou a necessidade de "tornar a política monetária um pouco mais estimulativa". Certamente, influenciado pelos altos e baixos dos indicadores da economia, que ainda não engata a retomada. Ao mesmo tempo, a inflação voltou a cair.
O que destacou o documento sobre o corte provável para a reunião de maio:
"Essa conclusão decorreu de dois fatores. Primeiro, o Copom julgou que a dinâmica das diversas medidas de inflação subjacente sinalizava maior risco de postergação da convergência da inflação rumo às metas. Nesse contexto, um estímulo monetário adicional mitigaria esse risco. Segundo, o Comitê ponderou o fato de que, mesmo com trajetória para a taxa Selic que já incorporava redução para o patamar de 6,50% a.a., as perspectivas para inflação – levando em conta expectativas, projeções e avaliação de amplo conjunto de informações – apresentaram recuo no horizonte relevante, principalmente para 2018. O Copom decidiu, portanto, sinalizar que, para a próxima reunião, uma flexibilização monetária moderada adicional se mostra adequada sob a ótica atual. Tendo em vista o princípio que norteia sua condução da política monetária, de explicitar condicionalidades que julga relevantes, o Comitê decidiu também comunicar que essa visão para a próxima reunião poderá se alterar e levar à interrupção do processo de flexibilização monetária, no caso dessa mitigação de riscos se mostrar desnecessária."
E sobre o fim do ciclo de cortes da Selic:
"O Comitê passou então a debater os passos seguintes à próxima reunião, tendo em mente o horizonte relevante para a condução da política monetária àquela altura, que já estará majoritariamente concentrado no ano-calendário de 2019. Tendo em vista o cenário básico do Copom, o balanço de riscos e as defasagens e incertezas associadas ao processo de transmissão da política monetária, o Comitê concluiu que, àquela altura, deverá se mostrar apropriado interromper o processo de flexibilização monetária. Dados os riscos que a economia enfrenta e a incerteza quanto às defasagens na transmissão da política monetária, o Comitê julga que pode precisar de algum tempo para avaliar a evolução da economia e sua reação aos estímulos monetários já implementados, tendo em vista o horizonte relevante naquele momento."