Após a nota da coluna sobre a manifestação do presidente da Havan sobre os projetos de energia para o Rio Grande do Sul e que aguardam licenciamento há dez anos, o empresário Luciano Hang recebeu uma ligação do governador do Estado. José Ivo Sartori convidou o executivo para uma audiência no Palácio Piratini. Segundo Sartori, os processos da Havan para instalação de pequenas centrais hidrelétricas estão prontos porque a empresa se adaptou.
Aqui na NRF 2018, em Nova York, Hang fez o desabafo para o presidente do Sindicato dos Lojistas de Porto Alegre, Paulo Kruse. Depois, o presidente da Havan disse para a coluna que são R$ 400 milhões em investimento nas chamadas PCHs. A empresa já participa de uma central em Frederico Westphalen.
- Já investimos R$ 100 milhões só nos projetos que estão este tempo todo esperando licenciamento ambiental – afirma Hang.
Sobre as PCHs, a secretária Estadual de Meio Ambiente informou que a audiência pública será no fim de janeiro para apresentar o projeto e a emissão da licença prévia para o complexo de geração de energia deve ocorrer até o final de fevereiro. Segundo Ana Pellini, a Havan deve apresentar depois o projeto de construção para emissão da licença de instalação em até 30 dias. Aí, a obra pode começar.
- Fizemos um mutirão porque tínhamos 106 processos. Na primeira avaliação, 91 foram viáveis e sete, inviáveis. Estamos licenciando os 91 conforme chegam os estudos que não são poucos, pois barrar um rio e criar um reservatório é impactante. Estamos na reta final de todos – conta a secretária.
Apesar dos projetos de energia, a Havan é conhecida mesmo pela sua atuação no varejo. A rede de Santa Catarina tem lojas em 15 Estados. As operações são conhecidas por imitarem a Casa Branca e terem uma réplica da Estátua da Liberdade na frente.
No entanto, não tem lojas no Rio Grande do Sul. Hang conta que, há 20 anos, pensou em abrir a primeira filial em Porto Alegre e ouviu na prefeitura que não poderia colocar a Estátua da Liberdade. O presidente da Havan disse que desistiu da Capital e tentou outras cidades, onde encontrou dificuldade com legislações municipais sobre abertura aos domingos e feriados.
- Na Havan, trabalhamos em três turnos e todos os domingos e feriados. Quem manda na abertura da loja é o cliente. Temos uma loja no Acre e não temos no Rio Grande do Sul, que fica ao lado! – diz Luciano Hang.
Só que, conforme já antecipado pela coluna, o Rio Grande do Sul voltou ao radar da Havan. No plano de expansão para até 2022, está a entrada no mercado gaúcho. Hang disse que há o potencial para abrir 50 lojas no Estado, gerando 10 mil empregos.
Em Santa Catarina, há 30 operações e serão abertas outras 20. Para o Paraná, a meta também é ter 50 unidades.
Recentemente, Hang admitiu que pretende atuar na política. Especulações mais fortes são sobre uma candidatura ao governo de Santa Catarina. Questionado se pretende concorrer nas próximas eleições, diz apenas:
- Estou vendo. Estou vendo. Quero mais é dizer em quem não votar do que em quem votar.
* Giane Guerra está cobrindo a edição 107 da NRF 2018, em Nova York. Cobertura com o patrocínio de Sindilojas Porto Alegre e CDL Porto Alegre.