Faltam poucos meses para a Mantova alcançar a autosuficiência, o que significa não depender mais dos fornecedores de matéria-prima para produzir os tubos plásticos que vende para outras indústrias. A empresa tem sede em Caxias do Sul e investiu muito em pesquisa para alcançar isso.
Gerente de projetos, Juliano Ernzen conta que a necessidade surgiu quando o fornecedor da Coreia do Sul foi comprado por uma empresa dos Estados Unidos, que não queria mais vender para a América do Sul. Foi tomada a decisão de produzir a própria matéria-prima.
Usando apenas tecnologia nacional, o processo é chamado de "síntese de poliuretano por extrusão reativa". Começou com o trabalho de graduação do gerente em engenharia de materiais, que recebeu incentivo da antiga Secretaria Estadual de Ciência e Tecnologia para montar um laboratório dentro da Universidade de Caxias do Sul.
— Dois anos depois, inscrevemos o projeto para uma planta de escala industrial, que foi finalizada neste ano dentro da Mantova — conta Ernzen.
A autosuficiência será alcançada em 2018. A Mantova precisa de 30 toneladas de poliuretano por mês. A estratégia da empresa teve dois pilares:
Investimento em pesquisa
O investimento é de longo prazo. O gerente de projetos explica que há pesquisas da Mantova que levaram 12 anos.
— Às vezes, dá errado. Só que quando dá certo, é ótimo — estimula Juliano Ernzen, que foi um dos destaques na 7ª edição do Prêmio Pesquisador Gaúcho 2017.
Segundo ele, dinheiro tem. Orienta as empresas a acompanharem a abertura de editais por instituições como Finep e Sebrae, além órgãos de ciência e tecnologia. Não deve-se esquecer das parcerias com universidades e institutos de pesquisa. Um ponto importantíssimo: jamais esperar o edital sair para pensar no projeto. Há prazos para inscrição e a ideia precisa estar, ao menos, parcialmente elaborada.
Investimento na equipe
A Mantova tem pouco mais de 30 funcionários, mas o gerente de projetos garante que investe em tecnologia como uma empresa de grande porte. Juliano Ernzen destaca que mais de um terço da equipe tem ensino superior.
— Muitos receberam bolsas de estudo de até 100% da empresa. Eu sou um exemplo. Mais de 90% da minha faculdade foi paga pela Mantova — relata o engenheiro.
Ouça entrevista com o engenheiro para o programa Acerto de Contas, da Rádio Gaúcha: