A longa madrugada de domingo (7) em Las Vegas, após a eliminação do Brasil para o Uruguai na Copa América, teve muitas explicações e reflexões sobre o momento da Seleção Brasileira. A equipe se despede do torneio após o empate em 0 a 0 no tempo normal e derrota nos pênaltis por 4 a 2 para a Celeste. O ambiente ficou ainda mais pesado pela sequência de resultados negativos, incluindo eliminação na última Copa do Mundo e a campanha fraca nas eliminatórias para o Mundial de 2026.
O lateral Danilo chegou a fazer uma reflexão sobre os problemas do futebol brasileiro:
— O Dorival tem só oito jogos comandando o Brasil. O planejamento após a Copa de 2022 não foi bem feito, e isso atrapalhou neste momento. Poderíamos ter agora mais dinâmica e conhecimento da comissão técnica e atletas — disse o capitão da Seleção Brasileira, referindo-se ao período em que a CBF ficou esperando por Carlo Ancelotti, que optou por ficar no Real Madrid.
Na lista de fracassos do Brasil estão incluídos ainda uma derrota em casa na última Copa América para a Argentina, falta de vaga para a Olimpíada de Paris e a interinidade sem resultados de Ramón Menezes e Fernando Diniz.
Sobre Dorival Júnior, invicto desde que assumiu o comando, ele começa a passar pelo momento de maior cobrança à frente do Brasil. Uma imagem que viralizou nas redes sociais mostrou o técnico tentando entrar, sem sucesso, na roda de jogadores antes das cobranças de pênaltis. Apesar das tentativas, o profissional não foi ouvido pelos atletas.
— Eu fiquei fora porque eu vinha falando com cada um deles aquilo que vinha na minha cabeça. Definidas as cinco posições iniciais, eu vinha falando a respeito daquilo que nós havíamos treinado — explicou o técnico.
A eliminação ainda teve uma repercussão maior porque os uruguaios, representados por Suárez, alfinetaram Andreas Pereira, que durante a semana chegou a dizer que "a gente tem uma seleção que eles sonhariam ter no Uruguai":
— Para falar do Uruguai é preciso ter respeito, e saber da história. Quem fez esse comentário era reserva do Arrascaeta no futebol brasileiro — provocou o ex-centroavante do Grêmio.
A partir de agora, os jogadores da Seleção Brasileira retornam para os seus clubes. Os próximos compromissos serão pelas eliminatórias, contra o Equador (5/9, em casa) e Paraguai (10/9, em Assunção). Rodrigo Caetano, coordenador executivo geral da CBF, comentou sobre a possibilidade de o primeiro confronto ser disputado no Beira-Rio:
— Ainda vamos debater bastante esta questão, como gaúcho claro que eu gostaria, mas a decisão passa também pelo presidente Ednaldo Rodrigues. Teremos dois meses de avaliação dos pontos positivos e negativos para a retomada. O futebol não tem mágica, precisamos de tempo. Essa cicatriz da eliminação vai ficar, mas vamos lembrar dela para evoluir e dar a volta por cima.