Nesta terça-feira (28), GaúchaZH relembra as contratações mais caras da história da dupla Gre-Nal. Miller Bolaños, pelo Grêmio, e Nico López, pelo Inter. Dois jogadores que chegaram cercados de expectativa, tiveram bons momentos, mas não confirmaram tudo o que se esperava. Foram vendidos para clubes mexicanos e hoje seguem suas vidas por lá. Para saber um pouco mais, a coluna foi atrás dos bastidores destes reforços de peso que foram buscados nos últimos anos.
Começamos por Bolaños. No início de fevereiro de 2016, o Grêmio trouxe para Porto Alegre o empresário equatoriano José Chamorro, representante do atacante. Em uma reunião no Hotel Deville, o presidente Romildo Bolzan e o então diretor-executivo Rui Costa encaminharam todos os detalhes da contratação, em um encontro decisivo para fechar o acordo.
No dia seguinte, Rui Costa e o advogado Gabriel Vieira embarcaram no jatinho do investidor Celso Rigo, que auxiliou na contratação, rumo a Guayaquil, para fechar o negócio com o Emelec. Após duas paradas para reabastecimento, os dirigentes chegaram no início da noite na cinematográfica casa do presidente do clube equatoriano. Mais uma longa reunião e discussão de detalhes.
O contrato foi impresso, pois o Grêmio queria ter a confirmação da contratação, já que o atacante tinha também uma proposta da Inglaterra. Após acertar com o Emelec, veio outro detalhe a ser superado. O empresário do jogador ainda insistiu para que o valor da multa rescisória em caso de saída fosse diminuído. Já na madrugada, a situação foi resolvida, e finalmente o Grêmio anunciou a compra de Bolaños por 5 milhões de dólares.
No caso de Nico López, o atacante uruguaio começou a chamar a atenção da direção colorada em 2010, durante um torneio juvenil no gramado suplementar do antigo Beira-Rio. Nico foi o destaque na categoria sub-17 da Copa Armando Nogueira.
A carreira dele decolou, foi Bola de Prata do Mundial sub-20 de 2013. A Bola de Ouro ficou com o francês Pogba. Depois de passagens por Nacional, Roma, Udinese, Verona e Granada, tornou-se um jogador valorizado, ainda mais depois da boa Libertadores de 2016, pelo Nacional.
A contratação não foi fácil, e a negociação ocorreu com Udinese e Nacional. Como a janela estava se encerrando, a direção mandou dois advogados para Montevidéu, e foi preciso muita agilidade na troca de documentos. Além disso, um outro problema teve de ser superado. Havia uma questão pessoal, com o atraso no pagamento de pensão alimentícia, em um caso que parou na justiça. Somente com o valor quitado, o tribunal deu o aval para o atleta deixar o Uruguai.
Na época, chegou a se informar o valor de 11 milhões de dólares, mas pelo que pude apurar a quantia foi inferior e não chegou nem a metade. Mesmo assim, foi enorme a dificuldade para efetuar o pagamento. O Inter renegociou com a Udinese um novo cronograma para finalmente pagar o que deve.
Atualmente, Bolaños está no Tijuana, e Nico López, no Tigres. Os dois são adversários no México.