Desde o fato ocorrido em Moscou, no Congresso da Fifa, quando o presidente da CBF, Antônio Carlos Nunes, quebrou o pacto da Conmebol para o voto em conjunto na candidatura de EUA, Canadá e México para sediar a Copa de 2026, os clubes brasileiros que disputam a Libertadores começaram a demonstrar preocupação com os reflexos da traição. Basta conversar com os dirigentes que isso fica evidente.
O problema principal é que a alta cúpula da Conmebol considerou o voto em Marrocos como um fato extremamente grave. Ainda em Moscou, a CBF iniciou o trabalho para tentar recuperar a relação. A primeira atitude foi tirar de circulação o presidente Nunes. Rogério Caboclo, que é o presidente eleito, e Fernando Sarney, vice-presidente, foram escalados para representar a entidade nos eventos durantes os meses de junho e julho na Rússia.
Na volta ao Brasil, outros dois dirigentes começaram a ter um papel importante. O secretário-geral da CBF, Walter Feldman, e o vice-presidente eleito da CBF, Francisco Novelletto, também entraram em campo. Feldman, político experiente, e Novelletto, amigo do presidente da Conmebol, Alejandro Domínguez, fizeram contatos no sentido de estabelecer a paz.
Em agosto, o presidente do Grêmio, Romildo Bolzan, participou de reunião em Assunção, e propôs a criação de uma linha direta entre clubes e a entidade.
Ou seja, as tentativas estão sendo feitas. Por todos os lados. Mas ainda assim, os fatos trazem preocupação. Especialmente a punição ao Santos, nas oitavas de final contra o Independiente, e o absurdo erro de arbitragem com a expulsão de Dedé, do Cruzeiro, diante do Boca Juniors.
A Conmebol parece dura demais com os clubes brasileiros. Nesta quinta-feira, falei com dois dirigentes da CBF. Eles consideram a relação com Alejandro Domínguez restabelecida e falam que o ocorrido na Argentina foi erro de arbitragem. No entanto, os problemas preocupam. Por isso, Grêmio, Cruzeiro e Palmeiras vão precisar de atenção total na reta final da Libertadores.