O Uruguai faz até agora uma campanha irrepreensível na Copa do Mundo. Em três jogos, conquistou três vitórias, com cinco gols marcados e nenhum sofrido. Se classificou com sobras em primeiro lugar no Grupo A, e vai enfrentar Portugal, de Cristiano Ronaldo nas oitavas de final, neste sábado, em Sochi.
O grande responsável por mais uma vez colocar o Uruguai entre os grandes do futebol mundial é Oscar Tabárez. Aos 71 anos, está na sua quarta Copa como técnico do país, a terceira consecutiva. A diferença é que desta vez, o "Maestro" chegou bastante debilitado. Caminhando com muita dificuldade por causa de uma doença neurológica, ele está usando uma bengala, e muitas vezes precisa de ajuda para se locomover.
Nos jogos, os membros da comissão técnica dão o apoio para passar as instruções, e Tabárez fica a maior parte do tempo sentado. Mas comparando com outros momentos recentes, o técnico parece melhor durante a Copa. Nas entrevistas, está firme. Não esquece as palavras, e só precisa de ajuda para se levantar da cadeira.
Falar da doença é assunto quase proibido nas entrevistas. Poucas informações são passadas, e quando o tema é colocado, as respostas são secas. Tabárez tem uma neuropatia crônica, muito parecida com a síndrome de Guillain-Barré, uma espécie de confusão do sistema imunológico.
Mas mesmo com essa dificuldade, ele está novamente fazendo história. Depois de um ciclo de péssimos resultados, o Uruguai, com o seu comando viveu a retomada na Copa de 2010, com um honroso quarto lugar na África do Sul, melhor colocação do país desde 1970.
Em 2011, veio o título da Copa América. Em 2014, no Brasil, chegou até as oitavas de final. E agora, em 2018, passou de fase novamente. Ou seja, a seleção voltou ao convívio dos grandes.
Idolatrado pelos uruguaios, o "Maestro" já fez história. E com a típica raça charrua para se manter firme e de pé, pode ir ainda mais longe nesta Copa.