O Brasil só começou a ser colonizado por Portugal meio século após à arribada de Cabral em Porto Seguro. Foi com a criação do Governo Geral em março de 1549, que a colônia – até então entregue a náufragos, traficantes e degredados –, viu-se incorporada à teia administrativa, jurídica e econômica da Coroa. No reino, viviam-se os tempos sombrios da Contrarreforma, a feroz reação da Igreja Católica à Reforma que Lutero havia desencadeado 30 anos antes. Como a Reforma se baseava na difusão maciça do conhecimento, na alfabetização em larga escala e na disseminação da Bíblia (enfim traduzida para o vernáculo, aliás pelo próprio Lutero), a Contrarreforma trilhou o caminho oposto. Por sugestão dos jesuítas – uma espécie milícia papal –, o rei D. João III varreu de vez os ventos humanistas que sopravam em Portugal, proibiu o estudo do hebraico e do grego, fechou o Colégio das Artes, prendeu intelectuais e mergulhou o reino no obscurantismo.
Desconhecimento
Os bispos e os pastores da intolerância
O preço da Bíblia – como de todas as demais obras de ficção – também vai aumentar 20%
Eduardo Bueno