A vitória por 2 a 0 do Inter contra o Real Tomayapo pela Copa Sul-Americana foi repleta de polêmicas de arbitragem. O jogo teve pênalti marcado e até desmarcado com o auxílio do VAR, mas o lance mais discutido foi o gol anulado de Mauricio, aos 21 minutos do segundo.
Cheguei a brincar durante a transmissão da Rádio Gaúcha que o árbitro de vídeo havia identificado um impedimento no jogo da ida para anula o lance ocorrido no jogo da volta. É claro que o exagero serve para ilustrar o quanto a interferência do árbitro de vídeo pode ser discutida em um lance como esse.
Isso porque estamos falando de um lance que teve um impedimento por um calcanhar adiantado mais de 40 segundo antes da marcação do gol.
Só que aqui não está em discussão somente o tempo excessivo para essa revisão. Também é preciso observar a total falta de verticalidade do lance, que ainda contou com duas rebatidas da defesa.
O Inter circulou a bola, avançou, retornou a intermediária, voltou a avançar, horizontalizou a jogada e, por fim, a bola finalmente teve a direção de Mauricio para ser chutada para o gol.
Uma interferência em um lance como esse é ruim para o futebol porque deixa o torcedor com dúvidas sobre o critério a ser adotado em lances futuros.
Quero dizer que a próxima vez que um lance ocorrer e o árbitro de vídeo considerar que o lance não pode ser revisado porque não está dentro da fase de ataque causará muitos questionamentos e comparações com o lance em questão.
Por mais que o protocolo do VAR não estabeleça um limite específico de tempo ou de número de toques na bola para determinar o começo da fase de ataque, ou seja, o ponto exato em que uma infração pode ser revisada, há alguns conceitos que devem ser levados em conta para definir isso.
A arbitragem de vídeo deve observar o momento exato em que a equipe atacante avançou verticalmente na direção da área adversária, por exemplo. Além disso, também deve observar se houve retenção de bola por um longo tempo, seja no campo de defesa ou no de ataque. Até para definir se houve tempo para que a defesa conseguisse estar posicionada e até com a possibilidade clara de retomar a posse.
São elementos bastante subjetivos, mas suficientes para esclarecer o erro de protocolo no gol anulado do Inter.