Um lance chamou atenção no empate em 0 a 0 entre Juventude e Grêmio, na primeira partida da decisão do Gauchão, no Alfredo Jaconi, neste sábado (30). Falo do toque de mão na bola fora da área do goleiro Gabriel Vasconcelos em uma disputa com Diego Costa.
Importante dizer que de fato a infração aconteceu, mas não foi vista por Anderson Daronco, pelo assistente Michael Stanislau ou pelos árbitros reservas. Talvez o posicionamento ou até velocidade da jogada tenha dificultado essa percepção de que o goleiro do Juventude toca com a mão na bola fora da área.
Só que a pergunta que mais recebi sobre esse lance foi o motivo da falta de interferência do VAR e há uma explicação simples para isso. É que estamos falando de um erro do campo. Uma falta não marcada em um lance de ataque promissor que deveria ter sido punido com cartão amarelo. Ou seja, o protocolo do VAR não permite que o recurso seja usado em uma situação com essas características.
Existem algumas ideias equivocadas que se estabelecem no futebol a partir de conceitos criados pelo senso comum. Uma delas é de que o goleiro não pode pegar a bola com a mão fora da área porque deve ser expulso. Está parcialmente correto, mas não é bem assim.
É óbvio que o goleiro não pode tocar com as mãos na bola fora da área, mas é errado pensar que ele sempre receberá vermelho por isso. O fato é que a maioria das infrações dessa natureza ocorre em uma região frontal da grande área. Isso quer dizer que o goleiro, ao tocar na bola fora da área, está impedindo uma chance clara e imediata de gol.
Não foi o que ocorreu no lance do goleiro do Juventude. Ali o toque é na faixa lateral da área. Não caracteriza uma chance clara e imediata de gol, o que seria o motivo para um vermelho e até uma interferência do VAR.
Quer dizer que a arbitragem acertou? Não. Houve o erro, mas de campo. Assim como qualquer outra falta não marcada que o VAR também não interferiu. O árbitro de vídeo Jean Pierre Lima não tinha o que fazer nesse lance e segue o jogo.
Esse foi o lance que mais chamou atenção e gerou debate em um jogo muito truncado, faltoso e sem qualquer outra grande incidência em termos de arbitragem.