Um lance polêmico chamou a atenção na vitória de virada, por 4 a 3, do Grêmio sobre o Botafogo. O time gaúcho reclamou de um pênalti não marcado aos 37 minutos do primeiro tempo.
Lucas Besozzi recebeu passe de Reinaldo, entrou na área, cortou para trás. Di Placido estava fazendo a marcação e deu um carrinho para tentar bloquear a ação do jogador gremista. A bola raspou no peito do jogador do Botafogo e, na sequência, pegou no braço que estava arrastando no gramado.
Tentei ser o mais fiel possível na descrição da jogada antes de fazer a análise por se tratar de uma jogada interpretativa.
Não chego ao ponto de dizer que a decisão da arbitragem caracterizou um erro escandaloso. O árbitro Ramon Abatti Abel estava bem posicionado e com totais condições de visualizar tudo o que ocorreu na disputa. O VAR não interferiu. Talvez Rodrigo D'Alonso Ferreira tenha levado em conta o caráter interpretativo para respeitar a decisão do campo.
Apesar de compreender esse contexto, considero que houve um erro na decisão final da arbitragem ao não marcar a penalidade.
Isso porque o braço de Di Placido não pode ser visto como um simples apoio. Estava aberto demais para isso. A ação não foi natural. Além disso, o leve desvio da bola no peito ou nas costelas do jogador do Botafogo não provoca mudança drástica na trajetória da bola para gerar um fator surpresa na jogada. Por fim, a bola bate no braço aberto que está arrastando no gramado em uma ação de bloqueio.
Com base nesses elementos, entendo que a decisão correta de Abatti seria a marcação da penalidade.