Mano Menezes usou uma figura de linguagem para definir a expulsão infantil do centroavante Alemão no empate sem gols do Inter com o Melgar. Ao ser perguntado pelo repórter Eduardo Gabardo sobre o comportamento atípico do jogador na partida da Copa Sul-Americana, o treinador disse que houve excesso de bergamota e faltou maracujá.
Acredito que a leitura do treinador esteja correta. Não vou nem dizer que os elogios tenham atrapalhado o atacante. Até não acho que seja por aí a leitura. No entanto, Alemão estava claramente transtornado por conta do desempenho ruim, da falta de assistências e da marcação implacável dos adversários.
Isso chamou atenção em dois momentos do jogo. No primeiro, Alemão chegou atrasado em uma disputa com o adversário após reclamar de uma falta não marcada. A infração rendeu o amarelo. No segundo, a origem foi semelhante, mas a reação foi mais grave. O centroavante ignorou a bola e deu uma cotovelada no rosto do adversário.
O árbitro uruguaio Andrés Matonte não teve dúvidas. Sacou o vermelho direto e mandou Alemão mais cedo para o vestiário.
O que torna mais grave a expulsão de Alemão é que ela teria acontecido com qualquer interpretação. O lance foi para expulsão direta, mas, mesmo que não fosse, o jogador teria ao menos levado o amarelo. Ele já tinha uma advertência e não mediu as consequências da atitude.
Alemão foi infantil. Se perdeu nas bergamotas e precisará de uma boa dose de maracujá para manter o foco e a titularidade no Inter.