A arbitragem cometeu um erro importante na eliminação do Inter para o Melgar pela Sul-Americana. Não há justificativa para a aplicação do vermelho direto para o volante Gabriel pelo pisão em Arias. Considero que a decisão do árbitro chileno Roberto Tobar foi exagerada, seja pelo contexto do jogo ou até mesmo olhando a disputa de maneira isolada.
Gabriel erra o bote, é verdade. Tenta disputar a bola, chega atrasado e pisa no tornozelo do adversário. A partir disso, precisamos avaliar a forma e a intensidade como a infração ocorre.
A maior prova de que a disputa não se enquadra em um lance de jogo brusco é que o volante colorado está com o calcanhar no solo no momento em que a infração ocorre, e o pisão é na direção do gramado.
É completamente diferente de uma pegada a partir da linha do tornozelo ou quando o pé está acima do campo. Neste caso, a intensidade da força está toda no adversário e essa é uma diferença significativa.
Esse é o motivo que me faz interpretar o lance de Gabriel como uma uma infração para cartão amarelo. Ainda mais em um jogo que estava totalmente controlado, com poucas faltas e praticamente sem advertências. O VAR deveria ter interferido na decisão do campo.
Nas redes sociais, a expulsão de Gabriel chegou a ser comparada a de Rodinei no jogo contra o Flamengo, no Brasileirão de 2020. Considero que os dois lances foram para amarelo pelo mesmo motivo. Em ambos, o calcanhar dos infratores estava no solo.
E, por incrível que pareça, o equívoco mais grave é o da expulsão de Gabriel porque a intensidade da disputa foi menor do que a envolvendo Rodinei.