A derrota por 2 a 0 do Inter contra o Colo-Colo foi marcada por uma polêmica de arbitragem. A equipe gaúcha reclamou da interferência do VAR que gerou a anulação do gol de Estêvão nos instantes finais da partida de ida das oitavas da Sul-Americana.
No entanto, a decisão final tomada pelo árbitro Patricio Loustau foi correta. O gol foi bem anulado por conta de uma infração de Edenilson na origem da jogada.
Toda a confusão começa com um erro grave no campo. Tudo seria minimizado resolvido com uma decisão precisa e imediata. Só que o juiz argentino não percebeu o toque irregular de Edenilson. A partir disso, precisamos analisar duas questões. A ação em si e o momento em que ela acontece.
Considero que a infração ocorreu porque o volante do Inter bloqueia a bola com o braço em uma ação que amplia o corpo de maneira antinatural. O leve toque da bola na perna do jogador colorado não é suficiente para alterar a interpretação. Não considero razoável justificar a posição do braço diante da ação executada por Edenilson. Por isso, a falta aconteceu e tudo seria mais simples se a marcação ocorresse no campo.
Só que Loustau não apitou nada. Cometeu um erro e o VAR está ali para isso. A questão é saber até que momento o VAR pode avaliar como origem de uma situação de gol. Essa é a questão mais complexa porque o conceito de fase ofensiva não é algo que o protocolo do VAR coloca com clareza.
De qualquer modo, há alguns trechos no texto que ajudam a nortear a interpretação. Não há determinação de quantidade de toques, duração ou um local exato para começar a valer como origem de um lance de gol. Há uma ideia de verticalidade da posse e até a impossibilidade do adversário de controlar ou interceptar a jogada.
Portanto, na medida em que um time obtém a posse de forma irregular e troca passes de maneira vertical terminando no gol, o incidente passa a ser revisável. Foi o que ocorreu no lance de Edenilson. Ele intercepta a bola com o braço, o adversário não tem qualquer chance de interromper o ataque que é vertical e rápido na direção da meta adversária.
Diante disso, entendo que o árbitro de vídeo German Delfino fez o certo ao interferir e evitar um erro grave do compatriota Patricio Loustau.