
Juventude e Inter fizeram um clássico com cara de clássico pelo Brasileirão. Jogo movimentado, disputado e tenso. O VAR precisou trabalhar e interferir em duas decisões de campo.
O árbitro Bruno Arleu de Araújo foi exigido, precisou controlar os ânimos e separar bolo de jogadores depois de empurra empurra. Só que o lance que mais chamou atenção foi o que gerou o principal erro da arbitragem na partida. Houve um pênalti não marcado para o Inter.
Antes de qualquer coisa, ressalto que quando falo em erro estou apontando uma falha de interpretação. Até porque estamos falando de um lance em que o jogador do Juventude acerta a bola. No entanto, não é nenhuma novidade dizer que acertar a bola não acaba com a possibilidade de uma infração.
E o último lance do jogo foi assim. Embora o goleiro Douglas tenha raspado com o pé na bola, a forma como ele entrou na disputa com Rodrigo Dourado teve força desproporcional. Além disso, ele atinge o adversário colorado com a sola da chuteira de maneira muito perigosa.
Mesmo raspando a bola, ele cometeu a infração dentro da área. O pênalti deveria ter sido marcado e o amarelo deveria ter sido aplicado.
É inevitável a comparação deste lance com outro ocorrido no mesmo jogo, mas no primeiro tempo. Falo da disputa que levou o juiz ao monitor para verificar uma possível expulsão de Mercado. Durante a transmissão da Rádio Gaúcha, até falei que não mostraria o vermelho para o zagueiro. Marcaria a falta e daria o amarelo em função da intensidade.
O que aconteceu foi que Mercado chutou a bola e a consequência do movimento fez com que atingisse Guilherme Castilho com as travas da chuteira. Minha decisão também não seria de expulsão direta porque não houve movimento adicional do defensor empregando uma intensidade maior ao atingir o adversário. E não acredito que esse tipo de lance deva ser considerado normal pelo simples fato de atingir a bola.
Vale para Mercado. Vale para o goleiro Douglas. Vale para falta. Vale para pênalti. Esse é o critério com o qual vejo a partida.
Por fim, cabe ressaltar que o VAR teve uma interferência fundamental para a validação de um gol legal de Dawhan para o Juventude. O ótimo assistente Rodrigo Henrique Correa errou no campo, mas em um lance absurdamente difícil. O árbitro de vídeo corrigiu e deu o gol.