Nunca vou esquecer o lance que representou o começo do VAR no Brasil. Foi um momento emblemático, lá no ano de 2017. O recurso ainda levaria algum tempo para ser colocado oficialmente em prática, mas foi na vitória por 1 a 0 do Corinthians contra o Vasco no dia 17 de setembro que futebol brasileiro gritou por socorro. Ali, todos perceberam que não era mais possível aceitar os erros graves de arbitragem cometidos dentro de campo.
Isso porque o gol que deu a vitória ao time paulista naquela oportunidade foi marcado com a mão pelo centroavante Jô. Foi um escândalo. Um equívoco de arbitragem determinou o vencedor de uma partida importante do Brasileirão. Algo que todos perceberam na imagem da televisão, e somente o árbitro de campo não viu.
Alguns anos depois, chegamos ao dia 18 de julho de 2021 na vitória por 1 a 0 do Inter sobre o Juventude no Estádio Beira-Rio.
Algo que parecia tão longe da realidade começa a se tornar uma situação tão simples e óbvia. O árbitro no campo segue tendo dificuldades para perceber algumas infrações. Isso faz com que gols como o marcado por Rafael Forster sejam validados dentro de campo. O paranaense Rodolpho Toski Marques considerou legal o lance que colocaria o Juventude em vantagem no placar ainda no primeiro tempo.
É aí que entra a tecnologia como uma realidade afirmada do futebol brasileiro. Graças ao VAR, o Inter escapou de tomar um gol irregular que poderia mudar a história do jogo. O lance de Forster é praticamente igual ao de Jô lá de 2017. O jogador do Juventude empurrou a bola para dentro com o braço.
A regra não deixa dúvidas. Não se pode marcar um gol de forma direta com o auxílio da mão ou braço, mesmo que seja uma situação acidental.
Esse não foi o único lance de interferência do VAR na vitória por 1 a 0 do Inter contra o Juventude. Houve ainda a expulsão correta de Guilherme Castilho por conta de uma cotovelada em Palacios. Uma agressão fora da disputa de bola que não foi percebida no campo e acabou notada pelo árbitro dos monitores.
A cada rodada, o VAR acerta muito mais do que erra nos jogos do Brasileirão. A ferramenta não é perfeita, mas considero bem positivo olhar para 2017 e perceber quantas injustiças estão sendo evitadas. Ainda assim, tem gente que não gosta do VAR. Vai entender.