O empate em 1 a 1 entre Inter e Corinthians foi marcado por um daqueles lances que será debatido por muitos dias. Certamente foi a maior polêmica deste Brasileirão.
Estou falando do pênalti cometido por Jô em Cuesta. O árbitro Marcelo de Lima Henrique acertou na marcação e Carlos Eduardo Nunes Braga, que estava no comando do VAR, fez a coisa certa ao não interferir na decisão do campo.
A explicação que prova o acerto da arbitragem está na regra 11, que trata das situações de impedimento:
— Quando um jogador, em posição de impedimento, se movimenta em direção à bola com intenção de jogar a bola e é impossibilitado por um adversário antes de jogar ou tentar jogar a bola ou disputar a bola com um adversário, a falta deve ser punida porque ocorreu antes de uma infração de impedimento — diz o texto do livro de regras na página 108.
Isso quer dizer que o pênalti foi bem marcado por uma situação pura e simples de regra. Cuesta tinha posição de impedimento. Isso não significa necessariamente estar impedido.
Vale ressaltar o local em que está a bola quando o Jô comete a infração. Cuesta não teve jogo ativo antes de ser derrubado pelo adversário. Ele apenas correu para tentar jogar, mas foi derrubado antes que pudesse ter qualquer chance disso.
Outro aspecto muito importante é perceber o que acontece primeiro na jogada. Essa é uma situação muito clara. A infração que acontece antes é o pênalti, até porque ocorre sem bola.
Cuesta não estava ativo para o jogo quando sofreu a carga dentro da área. O defensor não disputou a bola, não tocou na bola e não atrapalhou o adversário. Ele apenas correu para tentar jogar. Só que foi derrubado antes que a bola estivesse sequer perto dele.
Essa é a questão no lance decisiva neste lance tão polêmico ocorrido na Arena Corinthians. Trata-se de uma questão pura e simples de regra. Por isso, o VAR não interferiu e a decisão final de manter a penalidade foi correta. A arbitragem teve a interpretação perfeita desta jogada.