A tensão acima da média por conta do caráter decisivo tornou o Gre-Nal 432 uma bomba relógio. Isso ficou nítido desde os primeiros minutos de bola rolando na final do Gauchão. As reações em campo e o tom dos protestos fora dele, tanto do lado do Grêmio quanto do Inter, deixavam a certeza de que o jogo explodiria a qualquer momento.
E foi justamente isso que aconteceu aos 37 minutos da etapa inicial. Responsáveis pelo tumulto, Rafinha e Yuri Alberto foram bem expulso por Leandro Vuaden.
Desde o começo do jogo os dois estavam discutindo. Aos 12 minutos, eles se estranharam. Yuri usou o braço para ganhar a frente em uma disputa e Rafinha meteu a mão no pescoço para puxar o adversário. Mais tarde, o atacante se enroscou com Geromel e mais um bolo se formo, novamente com a presença de Rafinha discutindo com Yuri Alberto.
Os vermelhos só refletiram essa bronca recorrente no clássico. Em um lance bobo, Rafinha colocou as mãos na barriga de Yuri, que desabou no gramado como se tivesse levado um soco. Depois disso, o atacante correu para reclamar. O lateral foi atrás. E neste momento eles passaram dos limites do aceitável. Trocaram agressões verbais e físicas. Houve "peitaços", cabeçadas e o bolo se formou mais uma vez. Foi aí que Vuaden colocou os dois para a rua.
Isso baixou a temperatura do jogo até certo momento. Talvez até a hora em que os jogadores quiseram contribuir minimamente com a disciplina. No entanto, não existe jogo que possa ser controlado quando os atletas não querem colaborar.
Sobre a parte técnica, Vuaden teve decisões acertadas. Não houve pênalti na bola que bateu no braço de Moisés dentro da área aos seis do primeiro tempo. O braço do jogador estava colado no corpo.
Também houve uma jogada em que a bola bateu no braço de Lucas Ribeiro aos 14 da etapa complementar. A bola tocou no pé do próprio zagueiro, teve uma mudança significativa de trajetória e tocou de forma acidental na mão. Segue o jogo. Acertou a arbitragem.
O tempo de acréscimo também merece uma análise pontual. No primeiro tempo, o jogo passou 51 minutos prometidos por Vuaden. Não há problema nisso, de acordo com a regra. A placa informando o tempo extra não leva consideração os segundos. Ou seja, sinifica que dentro dos seis minutos o jogo será finalizado.
No segundo tempo, Vuaden prometeu cinco minutos além do tempo regulamentar. O incrível é que isso gerou protesto do banco de reservas do Inter, o que provocou mais tempo perdido para que o juiz fosse à beira gramado para mostrar amarelo para Edenilson.
Aliás, o comportamento nos dois reservados foi péssimo durante a parte final da partida. Por conta de tudo isso, Vuaden subiu a placa com mais dois minutos além dos cinco sinalizados inicialmente.
Houve alguns questionamentos sobre o fato de que o juiz acabou o jogo faltando 10 segundos para que esses dois minutos fossem concluídos. Confesso que não acredito que algo diferente poderia ocorrer.
Até porque Vuaden apitou o final quando a bola estava em uma zona morta após ser chutada pela lateral próximo ao centro do gramado. Até que ela fosse colocada em jogo novamente, certamente os dois minutos já estariam esgotados. Por isso, não creio que isso tenha qualquer impacto no contexto de Gre-Nal tão tenso e disputado.
O mais importante do clássico é que não houve qualquer erro grave de Vuaden ao longo da partida.