É claro que o VAR comete erros no Brasileirão. O recurso ainda tem muito para evoluir. Só que essa realidade não é exclusividade do nosso país. O árbitro de vídeo comete tantos ou mais equívocos no futebol europeu. Quem acha o contrário precisa ficar mais atento ao Campeonato Espanhol e o empate em 2 a 2 entre Barcelona e Atlético de Madrid foi um grande exemplo disso.
Em três lances polêmicos, a arbitragem cometeu dois erros graves mesmo com a utilização do VAR. Houve dois pênaltis mal marcados na partida, um para cada lado. O primeiro foi apitado para o Barcelona e resultou no gol de número 700 da carreira de Lionel Messi. O árbitro Alejandro Hernández apitou infração do zagueiro Felipe em Semedo. Não aconteceu. O toque do defensor é mínimo e quase inexiste. Não houve intensidade para justificar a falta. Se fosse aqui no Brasil seria considerado um escândalo.
Também houve um pênalti mal marcado para o Atlético de Madrid na etapa complementar. Desta vez, o juiz considerou faltoso o toque do joelho de Semedo no calcanhar de Carrasco. Aí a questão não está necessariamente na sutileza, mas no fato de que não há qualquer ação faltosa para punir o jogador do Barcelona. Semedo se desloca na direção da grande área e tenta travar a corrida para evitar o choque. Quem muda de direção e corta a frente do adversário é Carrasco. Ele é derrubado por conta disso, mas o contato foi totalmente acidental. Deveria ter mandado o jogo seguir.
A terceira polêmica foi a decisão de mandar voltar o pênalti defendido por Ter Stegen. Não há como discutir o acerto da arbitragem nesse tipo de lance. O goleiro do Barcelona se adiantou. Foi pouco? Sim, mas o protocolo do VAR não deixa dúvida nisso. Se o goleiro se adiantar um centímetro para defender uma cobrança, a penalidade precisa ser repetida e o VAR está ali para ajudar a verificar isso. A arbitragem cumpriu a regra.
Não estou querendo dizer que a arbitragem ou que o VAR do Brasil são os melhores do mundo. Apenas acredito que esse tipo de jogo conturbado como ocorreu no Campeonato Espanhol nos mostra que os erros acontecem, mesmo com o uso da tecnologia. E por mais que o VAR minimize os problemas, os erros do apito jamais serão zerados.