Arnaldo Cezar Coelho começou a carreira de árbitro nos anos 1960. Não demorou muito para que estivesse desfilando o escudo da Fifa nos campos das principais competições do futebol mundial. Chegou ao apito dos Jogos Olímpicos em 1976 e 1988. No meio disso, atingiu o topo da carreira ao atuar também em duas Copas do Mundo: 1978 e 1982. Na última, na Espanha, comandou a final vencida por 3 a 1 pela Itália contra a Alemanha.
Foram mais de duas décadas apitando os jogos sonhados por um árbitro de futebol, mas faltava ainda um. Pode isso, Arnaldo? Não! Arnaldo Cezar Coelho não poderia encerrar a carreira sem apitar um Gre-Nal. E isso foi ocorrer como um dos últimos grandes momentos da trajetória dele no apito.
No dia 12 de fevereiro de 1989, ano em que viraria comentarista da TV Globo, o juiz de final de Copa foi escalado para aquele que seria o primeiro e único clássico da vida. E não foi qualquer jogo. Foi o Gre-Nal do Século, vencido por 2 a 1 pelo Inter.
Com expulsão de Casemiro e o Grêmio largando na frente no primeiro tempo com gol de Marcos Vinicius. Com o Inter virando com um homem a menos na etapa complementar com dois gols de Nilson.
Neste domingo, no projeto Saudade do Esporte, Arnaldo Cezar Coelho foi ouvido na Rádio Gaúcha no programa Cardápio de Domingo para lembrar o Gre-Nal do Século. Disse que chegou a Porto Alegre sabendo que "não era um jogo normal" e, mesmo com toda experiência, "faltava sentir na pele" o que o Gre-Nal tinha de diferente. Um jogo de tensão, pressão e cobrança são enormes.
Ninguém tem dúvidas, mas a grandeza da carreira de Arnaldo Cezar Coelho e o peso da frase de quem já tinha vivido de tudo no apito resumem o tamanho do Gre-Nal.
Como é bom lembrar um jogo como esse. Como é bom matar a saudade do esporte. Que tudo possa ficar bem logo, pois nós temos muitas histórias de Gre-Nais pela frente para contar.