A vitória do Grêmio contra o Cruzeiro foi tranquila. O placar elástico de 4 a 1 resume bem o que foi a atuação e a superioridade da equipe gaúcha na partida deste domingo (8), no Independência, pela 18ª rodada Brasileirão. Geralmente quando há um jogo com tamanha imposição de uma equipe e a construção de um resultado natural, a arbitragem não é assunto. Só que não é bem isso que está ocorrendo depois desta partida.
Os gremistas estão reclamando por conta de um pênalti não marcado aos 16 minutos do segundo tempo quando o Tricolor vencia por 2 a 1. Depois de um arremate de média distância de Alisson, a bola bateu no braço do zagueiro Léo dentro da área. O atacante protestou e o árbitro chegou a ouvir a checagem do VAR, mas não houve interferência na decisão do campo e o jogo seguiu.
Considero que a arbitragem deveria ter marcado a penalidade levando em conta alguns aspectos. O primeiro deles é que a distância entre o local em que acontece o chute e o que estava o defensor do Cruzeiro é grande. Isso quer dizer que Léo teve tempo para realizar a ação de bloqueio ao arremate. Embora tenha recolhido os braços junto ao corpo em um primeiro momento, o zagueiro faz o giro com o corpo e o braço direito abre. É ali que a infração ocorre, pois o objetivo de impedir a passagem da bola é atingida com o braço aumentando o volume corporal de Léo.
É um lance que apresenta alguma semelhança com o do pênalti marcado para o Inter contra o São Paulo no jogo deste sábado (7). A cobrança de falta de Sobis também foi um arremate de média distância, a barreira tinha tempo de reagir e Hudson tenta recolher os braços em um primeiro momento. Só que no giro o volante abre o braço e o pênalti foi bem marcado com o auxílio do árbitro de vídeo.
Qual a explicação para que o VAR tenha interferido no lance de sábado e não tenha feito o mesmo no de domingo se eles são semelhantes? Não estava na cabine em que as coisas referentes ao recurso eletrônico se resolvem para saber exatamente o que aconteceu, mas certamente essa diferença passa pelas questões de interpretação de cada árbitro. Mais do que isso, provavelmente tenha impacto do que cada juiz teve a condição de ver dentro do campo a partir do posicionamento e a possibilidade de avaliar os lances em tempo real.