Foi um jogo para entrar para a história. Embora não tenha sido o primeiro Gre-Nal com VAR, essa foi a primeira vez em que uma final de Gauchão contou com o recurso. Além disso, nas duas oportunidades anteriores, o juiz principal não tinha sido chamado a olhar o vídeo à beira do gramado. Isso aconteceu no clássico do Estádio Beira-Rio.
O lance foi revisado muito mais para "pagar a passagem" do árbitro de vídeo do que qualquer outra coisa. A disputa entre André e Rodrigo Moledo não foi situação para vermelho. O centroavante coloca o braço no ombro e faz a carga para puxar o zagueiro. Em nenhum momento houve o movimento de cotovelada ou ação que justificasse a interpretação de agressão.
No trabalho em equipe com o bandeira José Eduardo Calza, Vuaden tomou a decisão acertada de mostrar o amarelo a André. Na sequência, alertado pelo árbitro de vídeo Péricles Cortez, resolveu consultar o lance no monitor. Há uma mudança de protocolo no uso do VAR em relação ao começo do processo. Não se trata mais de buscar o máximo benefício com a mínima interferência. O propósito é encontrar a melhor avaliação possível para deixar claro que a jogada foi revisada e a decisão encontrada levou em conta todos os recursos disponíveis. Em tese, isso acabaria com a discussão de que houve isso ou aquilo e o VAR não foi usado.
Considero que tenha faltado para Vuaden postura mais enérgica no episódio nos acréscimos do primeiro tempo. Houve uma dividida de maior intensidade, e Cuesta usou força demais na disputa com Matheus Henrique. O quarto árbitro Jonathan Pinheiro teve ótimo trabalho preventivo. Estava perto e ingressou imediatamente no gramado para controlar a confusão. Tudo teria esfriado ali, não fosse a atitude de Renato. É claro que Cuesta merecia amarelo, mas não é papel do técnico causar tumulto em função disso.
Ao sair da área técnica e apontar o dedo para um jogador adversário, o treinador não está tendo comportamento adequado. Renato não poderia reclamar se tivesse sido expulso, pois deu margem para esse tipo de interpretação. A prova de que Vuaden adotou moderação em excesso foi o fato de que a advertência verbal ocorreu antes de rolar a bola no segundo tempo.
Do outro lado, na etapa inicial, houve um amarelo justo para Rafael Sobis. O atacante levantou do banco para reclamar de um impedimento com o quarto árbitro. Pela conduta inadequada do jogador do Inter, Vuaden o advertiu.
O clássico foi limpo e leal. O que ficou dentro das quatro linhas não fugiu disso. Foram só 20 faltas, número abaixo da média. O empate sem gols no Gre-Nal foi jogado na bola. Não foi no apito.