Se foto servisse para comprovar a existência de um pênalti, a Fifa teria criado o árbitro de foto, e não o de vídeo. Com isso, quero dizer que não se pode pegar uma imagem parada para determinar uma ocorrência ou não de infração dentro da grande área. Se fosse assim, em praticamente todos os escanteios teríamos situações em que o jogador segura a camisa do adversário e a foto dessa situação passará a ideia de que houve um pênalti claro não marcado.
Provar um impedimento com uma foto é outra história. Neste caso, a imagem parada registra o momento do toque na bola para percebermos se o jogador que a recebe está ou não adiantado em relação ao penúltimo defensor.
Querer provar pênalti desta forma não faz o menor sentido, pois só a imagem em movimento passará a dimensão da jogada. Se houve puxão, se o jogador empregou intensidade na disputa ou se a ação desloca, provoca a queda ou impede o adversário de jogar.
A foto (ou o frame do vídeo) do pênalti reclamado pelo Veranópolis no empate em 1 a 1 com o Inter passa uma ideia incompleta. O detalhe é que esta imagem não mostra o contexto total da jogada. Ao ver o lance em movimento, entendo que não houve a penalidade. O zagueiro colorado segura a camisa do adversário, sim. No entanto, o atleta do time da Serra já chega na disputa dobrando os joelhos para a frente e desabando. Não é o gesto de Rodrigo Moledo que provoca a queda do adversário. A arbitragem acertou ao mandar o jogo seguir.
Entendo que a situação seja polêmica e respeito quem considera que houve o pênalti ao assistir ao vídeo. Não está proibido alguém achar que foi Moledo quem derrubou o meia do Veranópolis, o que, particularmente, já disse que não acho que foi o que aconteceu. Trata-se de uma questão de opinião. Haverá diferentes e segue o jogo. O que não posso aceitar é essa conversa de pênalti por foto.