No último debate entre os candidatos a governador do Rio Grande do Sul, encerrado no início da madrugada desta terça-feira (28), na RBS TV, três candidatos protagonizaram um embate paralelo, que foi intenso e contundente do início ao fim.
Enquanto os demais concorrentes evitaram críticas pesadas, Eduardo Leite (PSDB), Onyx Lorenzoni (PL) e Edegar Pretto (PT), não por acaso os três primeiros colocados na pesquisa Ipec, foram para o ataque, explicitando suas estratégias nesta reta final e dando o tom do que será o segundo turno.
Por ser governo e líder nas pesquisas, Leite foi do início ao fim o alvo de Onyx e Pretto. Entre os que votam no ex-governador, há eleitores com perfil tanto para votar no petista quanto no concorrente do PL. Pretto e Onyx sabem que dificilmente um tirará voto do outro por representarem os opostos nesta campanha. E isso explica por que, em alguns momentos, um chegou a dar palanque ao outro para atacar Leite.
Ambos representam a antiga polarização do Estado. Leite tem atuação de centro, com propostas e discursos que podem seduzir eleitores dos dois campos, além dos que não querem radicalismos.
Apesar de escolherem o ex-governador como o alvo prioritário, os candidatos do PT e do PL também fizeram um debate próprio, por serem no Rio Grande do Sul a extensão da disputa nacional entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente Jair Bolsonaro.
O petista tentou colocar Leite como um apoiador do governo Bolsonaro, lembrando que o candidato do PSDB votou no atual presidente em 2018 e que, desde então, não havia sinalizado mudança de voto. Onyx usou as denúncias de corrupção e os dados do governo Dilma Rousseff para comparar governos. Pretto recorreu aos dados de crescimento econômico e social dos mandatos de Lula para contrapor. Leite, propositalmente, ficou à margem desse confronto.
Por estarem no pelotão de baixo das pesquisas, distantes do trio Leite-Onyx-Pretto, Luis Carlos Heinze (PP), Vieira da Cunha (PDT), Vicente Bogo (PSB), Ricardo Jobim (Novo) e Argenta (PSC) fizeram um debate à parte, buscando nas perguntas aos adversários a oportunidade de expor as suas propostas de governo.