Em entrevista ao podcast de sua filha, Carol, Renato Portaluppi afirmou que não armaria seus times conforme a ideia de jogo de Fernando Diniz. Nada pessoal, bem longe disso. Só discordou do conceito de posse de bola radical e de sair tocando lá de trás. Aí veio a indústria do corte nas redes sociais e, editado, fora de contexto, ampliado por comentários de internautas que não viram nem o trecho editado, a fala do técnico do Grêmio ficou parecendo agressiva.
Não foi. Renato discordou do estilo. Ponto. Até fez referência elogiosa ao técnico do Fluminense, dentro daquela máxima de cada um com a sua ideia de futebol. Eis a nota de Renato, que li no Sala de Redação desta quinta-feira (21):
“Está cada dia mais difícil falar de futebol aqui no Brasil. Então, aqui vai um desabafo e um esclarecimento para aqueles "entendidos" de plantão que gostam de um clique. Em nenhum momento eu critiquei o Fernando Diniz. Dei apenas a minha opinião quando fui questionado. Nada além disso. Renato aqui o que disse no podcast: respeito muito o estilo do Diniz, mas não faria igual. É apenas a minha opinião e o meu jeito de ver futebol. Nao é uma crítica ao estilo dele como alguns "lacradores" estão colocando.”
Minha opinião é de que Diniz é bom profissional. Autoral. Corajoso. Acerta e erra. Não entendo é essa radicalidade de paixão e ódio nas redes sociais, como se ele fosse gênio ou fraude, sem meio termo.
O fato é que, mesmo em times com menos recursos, com menos jogadores aptos pra fazer isso e aquilo, Diniz consegue fazê-los atuar dentro do seu modelo, mesmo sem tantas características compatíveis assim de seus comandados, apenas com sistemática de treinos. Ele não faz esse estilo ofensivo e de aproximação só com o Fluminense, que tem mais recursos. Fez também com times menores também, como o Audax, por exemplo. É uma convicção, entre trabalhos bons, médios e ruins.
Está mal na Seleção Brasileira, sim, mas ali o erro foi a escolha dele para interino tampão. Seu estilo exige treino e assimilação, tudo o que não há agora na Seleção. Se ele não for um pouco mais pragmático, terá problemas. Sempre é preciso um plano B.