Então, o improvável aconteceu. Na noite invernal de 8 de agosto de 2023, o grande e poderoso River Plate caiu de forma inapelável para 50,4 mil vozes, um recorde do novo Beira-Rio. Foi realmente épico.
Uma torcida parceira e enlouquecida garantiu ao Inter o tão necessário fôlego ausente para a remontada. Não fosse um golzinho achado do River no último minuto, teria sido 2 a 0 no tempo normal, onde o Inter foi muito melhor.
Mas o destino estava preparando a redenção completa e total. Tinha de ser nos pênaltis, para exorcizar o trauma. E assim se fez de um jeito impressionante, 9 a 8 nas cobranças alternadas e o heroico goleiro Rochet convertendo a derradeira. Um jogo inesquecível, de catarse, que se basta em termos históricos, com ou sem título. Um jogo poderoso, capaz de revolucionar e renascer, pelo adversário.
A maneira como veio a classificação para as quartas de final da Libertadores, com surpreendente hegemonia técnica, tática e e mental sobre o entrosado e maduro campeão argentino permite que se anuncie o nascimento um novo Inter em 2023.
Pode até perder logo ali, quem sabe na criminosa altitude de La Paz, contra o Bolivar, mas o que o Inter de Coudet fez neste 8 de agosto foi assinar uma noite para sempre na história do clube, assessorado por duas atuações impecáveis: Alan Patrick e Enner Valencia, dois gigantes.