Pior do que empatar em casa sem envolver um adversário nada além de médio em momento algum, só a sensação de desesperança. O torcedor sentiu que não tem um time capaz de brigar por nada grande. Por isso, a Arena passou longe de lotar e não foi caldeirão, como seria em outros tempos com Renato no comando de um mata-mata. Suárez, Suárez e Suárez. Não fosse ele, sozinho, achar um golaço de fora da área, e o Grêmio teria perdido.
O empate em 1 a 1 ficou barato, apesar da trocação dos minutos finais. O Cruzeiro esteve mais perto de vencer do que o contrário. Suárez é uma ilha no Grêmio. Sem ele, Deus do céu. O Grêmio mostrou dois problemas preocupantes: desorganização e falta de perna. Pode-se discutir o quanto um problema leva ao outro, mas o fato é que o Grêmio não compete. Dá espaço demais. Vina e Cristaldo têm qualidade, mas não marcam nem consulta. Os dois juntos vão levar Bitello à estafa.
Quando o inimigo tem qualidade, como o Palmeiras, perde de quatrilho. Quando é médio, porém organizado e operário, sofre e só não perde por mérito de Grando, dos gols perdidos pelo Cruzeiro e de um camisa 9 genial. Suárez não salvará o time sempre. O fato é que o Grêmio só ameaçou um pouco no abafa, no finzinho, mais no volume do que na ordem. Terá de melhorar se não quiser ser eliminado cedo na Copa do Brasil.
PÁGINA VIRADA
A saída de Pepê ainda no primeiro tempo, com nova lesão muscular no mesmo lugar da anterior, é uma ducha gelada nos planos de Renato. Ele vinha sendo tratado como álibi: a partir de seu retorno, aos poucos, o jogo de posse de bola e controle voltaria junto, tipo a engrenagem que faria as outras se encaixarem. E agora?
Renato terá de repensar o Grêmio. Está claro que o ano de Pepê será mais no DM do que em campo. Não dá para usá-lo como desculpa sempre. E, se Carballo continuar abaixo para competir, uma ideia mais operária e menos vistosa terá de ser adotada. O Gauchão passou.