Para quem passou 17 dias tendo de lidar com vários jogos por dia, 24 horas sem bola rolando passa uma sensação de mundo normal. As estações de metrô não estão transbordando de marroquinos, nem os fãs de Cristiano Ronaldo gritam “Sim” em bando.
O tempo demora a passar, porque não se perde uma hora no trânsito entre uma tarefa e outra. Sem o jogo como ponto de reunião, as pessoas se dispersam. É o futebol que os conecta. Aqui no Catar, não ter a loucura do deslocamento e dos centros de imprensa ajuda para tentar contornar um problema geral e grave: a voz.
A dobradinha calor e ar condicionado polar derrubou quase todo mundo. Na Rádio Itatiaia, dos 20 da equipe, 10 ficaram sem voz. Eu mesmo, nesse momento, estou sem a minha, algo que nunca tinha me acontecido. Então é dia de se cuidar, regular a lenta. Desacelerar. Tem muita Copa pela frente ainda.
É o que todos da imprensa estão fazendo, ainda que as demandas não cessem.
O Luiz Roberto, narrador da Globo, estava feliz da vida no Lusail Stadium, em Portugal x Suíça. Enfim, ele estava bem da voz. Chegou a ficar fora de algumas transmissões.
Dia sem futebol em Copa no Catar também é dia de compras. Turistas correm para os shoppings. Fica aquela sensação de que a hora de comprar aquele presentinho é agora. Depois, quando os jogos voltarem, não vai dar tempo.
E ainda casou de a folga de bola rolando coincidir com previsão de chuva no Catar. Sim, chuva. É inverno aqui. Em alguns pontos do país, de fato, pingos caíram do céu.
Já vi chover em Abu Dhabi, nos Emirados, mas aqui em Doha deve ter sido em outro ponto do país. O raio não cai duas vezes no mesmo lugar. Ainda mais em dia de “folga” no Catar.