A zebra até se assanhou para a França, mas logo foi corrida do Estádio Al Janoub, em Doha. Mesmo desfalcada de peças fundamentais como Kanté, Pogba e Benzema, todos fora da Copa por lesão, os campeões mundiais estrearam com atitude. Saíram atrás da Austrália, gol de Goodwin, mas logo mostraram credenciais. Placar final: 4 a 1 (22 a 4 em finalizações) com momentos de show e dois gols de Giroud, que nunca tinha marcado em Copas.
A virada para ser líder do Grupo D (Dinamarca e Tunísia empataram sem gols) veio em meia hora, com atuações demolidoras de Mbappé, pela esquerda, e Dembelé, na direita. Nos lugares de Kanté e Pogba, o técnico Didier Deschamps escolheu Tchouaméni e Rabiot, que fez o gol de empate e também a assistência para o segundo gol, de Giroud. O substituto de Benzema foi o centroavante titular e campeão em 2018, mas passou em branco na Rússia.
Griezmann, atrás de Rabiot, foi dublê de armador no 4-2-3-1. Mbappé fez o seu. Giroud fechou a conta. A Austrália, que eliminou o Peru na repescagem, teve organização no 4-1-4-1, mas sempre faltou uma parte técnica na frente. O seu gol nasceu de um presente de Lucas Hernandez na saída de bola. O lateral, depois driblado no cruzamento, lesionou-se no joelho no mesmo lance e deu lugar ao seu irmão, Theo Hernandez.
Como será contra adversários mais fortes? Só vendo. Mas a França estreou firme na Copa, apesar da desconfiança gerada pelas lesões, especialmente a de Benzema, na última hora, e da crise de relacionamento de Mbappé com Griezmann. Até Deschamps estaria na mira do camisa 10, em nome do posto de estrela mor da constelação. Segundo a imprensa francesa, ao menos, há briga de beleza no vestiário. No campo, entretanto, não se viu nada disso.