Eis que o grande Flamengo, na noite quente de domingo (8), em pleno Maracanã, flamante e orgulhoso após sete vitórias seguidas, tomou um tombo incrível diante do Inter. Que vinha desacreditado, sofrido, ameaçado de entrar na zona de rebaixamento, vilipendiado pelos seus torcedores.
É preciso dizer que, antes de mais nada, o Inter de Diego Aguirre, Yuri Alberto, Edenilson, Patrick, Saravia e Bruno Méndez foi valente demais. Lutou, correu, suou, deu balão, deu carrinho. Mas 4 a 0? É que, além da disciplina espartana, todos os jogadores do Inter foram muito bem. Não apenas bem: muito bem.
Aguirre optou por dois volantes marcadores, Lindoso e Dourado, mas no 4-2-3-1. Nada de três zagueiros e improvisações. A estratégica foi defensiva, mas não retrancada. Edenilson e Patrick, pelos lados, mais Taison por dentro, deram show, sobretudo os dois primeiros. Saravia voltou a ser aquele lateral de Seleção. Yuri fez três gols e fechou o jogo como armador, e jogando bem.
Foi a segunda pior derrota do Flamengo para o Inter em casa no Maracanã desde 1972. Quase meio século. Foi um 4 a 0 para encher o tanque de ânimo e recolocar o Colorado no campeonato. Campeão, não dá mais tempo.
Mas encerrar o ano sem sofrimento, quem sabe beliscando alguma vaga de Libertadores, se não baixar a guarda e manter a humildade, aí creio que é possível. Complicado, obviamente, mas se jogar sempre assim, não é de se duvidar. Mas não será nada fácil.