Era o América-MG, inimigo direto na luta contra o rebaixamento. E quem esteve sempre mais perto de vitória, na Arena? Incrivelmente, não foi o Grêmio. Os números falam por si: 18 a 12 para os mineiros em finalizações, sendo 7 a 4 no alvo. O jogo termina com o América-MG tendo uma falta para erguer a bola na área. Por sorte, o árbitro apitou antes da cobrança, salvando o Grêmio de uma última chance de perder. No final, 1 a 1. Péssimo resultado.
Felipão desencavou um 3-5-2 com três zagueiros reservas, que nunca jogaram juntos e não têm característica mínima de construção, algo importante neste esquema. À frente deles, dois volantes marcadores: Bobsin e Fernando Henrique. A ideia era liberar Vanderson e Guilherme Guedes, as únicas boas notícias do jogo. Agudos, eles brilharam. Assistência de um, gol de outro em uma das poucas chegadas efetivas do time no ataque. Eles até pareciam em outra rotação, de tão melhores.
Mas ficou nisso. Sem criação, com Douglas Costa de armador sem ritmo e condição de competir, mais zagueiros dando balão e errando passes e botes, o Grêmio foi dominado pelo América-MG a maior parte do tempo. A posse de bola só virou a favor do time de Felipão na reta final, já com Jean Pyerre e Darlan em campo.
A ideia de Felipão não funcionou. Mesmo assim, em casa, contra o América-MG, o Grêmio foi até o fim com três zagueiros. No finzinho, o emblema. Rodrigues tenta ir até o fundo e, na hora de cruzar, manda a bola no rio Gravataí. Diego Souza, lesionado, deu lugar a Ricardinho, que correu porém fracassou tecnicamente. Rafinha, na vaga de Vanderson, piorou o time. Diogo Barbosa, na de Guedes, que saiu por cansaço, também.
Houve momentos de balonismo FC. Se o Grêmio, para sair da crise e da lanterna, tiver de jogar com três zagueirões e dois volantes de proteção em casa diante de oponentes fracos como o América-MG, como será contra Flamengo, Palmeiras ou adversários qualificados? A inoperância criativa assustou. O Grêmio deixou de ganhar uma decisão, diante de adversário de Z-4.
Melhor Felipão abandonar o 3-5-2. Se quiser mantê-lo, ao menos que seja com Darlan no lugar de Bobsin. Nesse modelo, ao menos um volante apoiador e criativo é fundamental, já que tem três plantados atrás. Alisson continua perdendo gols, mas parece ter ganhado terreno com Felipão.
Foi o pior jogo do Grêmio com Felipão, que terá de arrumar um jeito de não construir um time tão radicalmente defensivo, fechado, jogando por uma bola. A obsessão por fechar a casinha não está funcionando, e o Grêmio segue no Z-4. Preocupante.