O Inter precisava mesmo de zagueiros, então deve-se saudar as tentativas possíveis no mercado, com o uruguaio Bruno Méndez, 21 anos, já apresentado, e o argentino Gabriel Mercado, 34. Mas o Inter deveria pensar, se não para esse ano, que já vai pela metade, mas para o próximo, em ponteiros. Ou extremas, como se diz agora.
Na hora de colocar o time à frente, não tem ninguém no banco com essa característica. Claro que não se ataca mais necessariamente só colocando atacantes no segundo tempo, mas tê-los ajuda muito. Drible, velocidade, tentativa e erro, mano a mano, invenção no último terço. É uma espécie de atalho.
O Inter, incrivelmente, foi perdendo drible ao longo dos anos e gestões, até ficar apenas com Caio Vidal. É a contramão do que se pratica no mundo.
Herança
Não condeno Diego Aguirre pela escalação desequilibrada contra o Palmeiras, optando por Rodrigo Dourado e Johnny juntos, deixando o meia Maurício no banco. Ele viu os últimos jogos sob o comando de Ramírez, nos quais todos os contra-ataques eram filmes de terror para a defesa colorada.
Sabendo do potencial do Palmeiras, pensou em primeiro não perder, mantendo a sua invencibilidade, para o grupo ganhar confiança em si mesmo e, depois, soltar o time. Devia ter aberto mão de um dos volantes antes da expulsão do chileno Kuscevic.
O time teve pouco tempo sem as funções sobrepostas de marcação. Um desacerto de Aguirre, mas plenamente compreensível, olhando para o contexto. Havia um motivo, e esse motivo era a herança que ele herdou de Ramírez.