Está se cometendo uma injustiça contra Diego Souza. Ele tem 36 anos. Já disse que pretende se aposentar no fim do ano. O próprio presidente Romildo Bolzan relatou empenho em demovê-lo da ideia por mais um ano ainda, ao menos. Quando ele foi contratado, era para ficar na área, quando muito recuando por trás dos volantes, fazendo pivô e abrindo espaços para os que vinham de trás.
Só que, agora, ninguém passa. O meio-campo, desde a falência de Jean Pyerre e o decréscimo de Matheus Henrique após xingar o técnico Tiago Nunes publicamente e depois pedir desculpas, parou de abastecer Diego Souza. E ele precisa disso. Nestes seis meses de 2021, sempre que abastecido, o centroavante veterano deu resposta. Errou o pênalti contra o Fortaleza? É do jogo. Acertar sempre, no crepúsculo da carreira, não dá.
Portanto não se pode esperar de Diego Souza mobilidade para correr atrás do goleiro e do zagueiro, começando a marcação lá na frente. Menos ainda se no lado direito houver um Douglas Costa fora de forma e ainda sem ritmo. Pressão alta não se faz com um apenas, mas com dois, no mínimo, já que Ferreira baixa imediatamente para formar a linha de quatro na hora de marcar.
Então está se cometendo uma injustiça contra Diego Souza. O pouco que o Grêmio conquistou na temporada (Gauchão) se deve, muito, a seus gols. O problema central a ser resolvido por Tiago Nunes até domingo, contra o Atletico-GO, está no meio-campo, agora sem Thiago Santos, com Matheus irreconhecível e Jean Pyerre no banco.
Esta deveria, em condições normais, ser a formação ideal de meio, pela capacidade técnica dos envolvidos. Se esse meio-campo estivesse minimamente encaixado, como parecia estar na chegada de Tiago Nunes, o centroavante não seria contestado. Nem cruzamentos decentes dos extremas e laterais entram para o seu ótimo cabeceio. O time todo não está dando resposta, e não só este ou aquele.