Tudo bem que o Táchira é fraco. Mas e daí? Era o adversário no caminho, e dessa vez sem altitude. O Inter poderia apenas ter vencido, mas sem convencer, como no Gauchão. Só que não. Fez ótima partida, dominante, 4 a 0 no placar e 10 a 1 em finalizações certas, incisivo e intenso mesmo jogando meia hora com um a menos, após a expulsão de Palácios.
Ramírez precisava de uma atuação assim, de gala. O Inter teve a paciência para abrir o placar aos 21 minutos, no cabeceio de Cuesta. Até ali, não tinha finalizado, mas não por jogar mal.
O Tachira veio na retranca. O Inter rodou a bola, só que desta vez no ataque, e não entre zagueiros. Eis a primeira boa notícia do Inter de Ramírez: agilidade na saída de bola, em vez daqueles passes inócuos atrás. O Inter não recuou nunca. Nem com 10 em campo.
Seguiu atacando, compacto. Foi para o intervalo com 3 a 0. O gol de Patrick tem a assinatura de Ramírez: atrai o adversário, sai tocando desde o goleiro e, ao escapar do brete sem erro, abre o campo para Galhardo progredir. Patrick, pela esquerda, renasceu.
Talvez seja mesmo a ideia de que ele demora a engrenar em começo de ano. Não é ponteiro, mas não será o primeiro e nem último a ocupar o lado sem ser driblador veloz. Ressalvo apenas o contra-ataque inimigo.
O conceito ofensivo é mais arriscado, claro, então perder uma bola está na conta. Só que a temporização ainda não está ajustada. O Táchira conseguiu levar a bola até Lomba com certa facilidade, por vezes. Contra times fortes, é um perigo. A goleada com atuação de gala pode deixar o Inter na liderança do grupo, conforme o resultado de Olímpia x Always.