Mesmo se o Grêmio tivesse perdido, e não vencido o São Paulo no primeiro combate da semifinal da Copa do Brasil, minha opinião seria a mesma. O resultado, aqui, não importa. Trata-se de uma questão de longo prazo, para além de ganhar ou perder nesta ou naquela temporada. Renato Portaluppi deve ficar para 2021 e seguir até o final do último ano de mandato de Romildo Bolzan, em 2023. Seria uma quebra de paradigma. Uma ruptura. Algo assim significativo.
Primeiro, o fim da história de que um técnico não resiste muito tempo em um mesmo clube brasileiro. Renato está em sua quinta temporada no Grêmio, embora tenha chegado em setembro de 2016. Ele ganhou muito, mas também viveu momentos ruins, de contestação da torcida.
Como é impossível alguém ter tantos títulos como Renato sendo apenas um simplório motivador, como alguns insistem, manter Renato em 2021 levaria o Grêmio a um lance revolucionário no Brasil: o de um mesmo técnico liderar duas gerações no clube.
Douglas já se foi. Edilson vive o ocaso da carreira. Léo Moura largou. Diego Souza não dura muito mais. Maicon, idem. Geromel, sete anos de Grêmio, não é mais guri. Renato já era o técnico do profissional quando Pepê, Darlan, JP e Matheus Henrique brilhavam no sub-20 do Grêmio.
E se Renato trilhasse o caminho de Alex Ferguson, que ganhou muito no Manchester United em 27 anos seguidos como técnico?
Sir Alex chegou em 1986 a Old Trafford, mas, tirando uma Copa da Inglaterra em 1989, só foi ser campeão na Premier League em 1991/1992. Depois emendou um absurdo de títulos, alcançado 38 taças. Você duvida que Renato fique mais alguns anos no Grêmio?