Diante do atípico que é voltar após quatro meses sem jogar, fatalmente os técnicos rodarão jogadores, como fez Eduardo Coudet no Inter. O empate em 1 a 1, contra o Esportivo, veio com mais uma atuação coletiva muito ruim, sem pressão na saída de bola adversária, descompactação, nenhuma infiltração e apatia dos laterais, que não passavam. Matheus Jussa é volante canhoto. Jogou improvisado na esquerda. Mas e Rodinei? Não foi melhor do Saravia no Gre-Nal, e olha que o argentino foi péssimo no clássico.
O que tirar de positivo deste empate sofrível do Inter? As leituras do que tem de melhorar. Rodrigo Lindoso conseguiu algo surpreendente: foi tão mal como Musto no Gre-Nal, ao fazer a saída de bola entre os zagueiros reservas. Está na hora de, enfim, Rodrigo Dourado voltar. Dos três, é o que tem mais qualidade em tudo para a função: marcação, passe, rigor tático e cabeceio, para ajudar na bola área defensiva. Dourado tem de receber chance o quanto antes.
João Peglow entrou no segundo tempo e melhorou o time no lugar de um Marcos Guilherme inoperante. No gramado dos Vinhedos, trocar passes é quase impossível, mas mesmo assim ele foi bem. Mostrou personalidade. Pediu a bola, se mexeu, errou e acertou, buscou tabelas e levou o time para uma pressão final, ainda que na força e na vontade. Claramente, não sentiu o peso da estrear entre os profissionais. Coudet deve pensar nele seriamente para 2020. Não duvido que passe à frente de Marcos Guilherme como opção. Tem potencial de titularidade, mesmo quando Yuri Alberto chegar.
De resto, Pottker foi valente e importante, com garra, para garantir ao menos o empate, com o gol de pênalti e uma bola no travessão. Mas que fique o alerta: com titulares e reservas, as atuações coletivas do Inter na volta do Gauchão não foram boas. Rodrigo Dourado e Peglow podem e devem ajudar o Inter já, para azeitar a saída de bola e infiltrar na frente.