A sentença de Vitorio Piffero e Pedro Affatato, presidente e vice na gestão que rebaixou o Inter, ambos denunciados pelo MP por supostas irregularidades entre 2015 e 2016, está consumada. Serão mesmo expulsos.
Há maioria folgada no Conselho Deliberativo (CD) sobre o recurso apresentado pelos dois contra a decisão da comissão de ética que os cassou. O MIG (Movimento Inter Grande) deliberou que seus 109 conselheiros votarão em bloco, assim como os 35 do CC (Convergência Colorada).
A situação fechou questão, portanto. Na oposição, além dos 55 do Inove, também os 65 conselheiros do Povo do Clube, força expressiva do colegiado, formada em sua maioria por jovens, quer expulsar Piffero e Affatato. Foi o que me confirmou Thiago Neilbert, representante do Povo do Clube na comissão de ética. Se o CD tem 300 votantes, mais 44 membros natos, está liquidada a fatura.
Além das denúncias do MP, consideradas robustas e com fartura de provas pela comissão de ética, tem o ano eleitoral, para Presidência e Conselho Deliberativo. Será em dezembro, se a pandemia deixar.
Quem absolvê-los da expulsão do quadro social e dos oito anos sem direitos políticos carregará um peso político insuportável. A sessão virtual do CD começa nesta quinta-feira, às 18h30min, com os sócios acompanhando pelo site, mediante login e senha. A votação online vai até as 17h de sexta-feira. Nos bastidores, comenta-se que a turma do "travou" e do "caiu a internet" pode aparecer.
São os que não querem se comprometer em uma decisão histórica, envolvendo um dirigente que foi do ponto mais alto, ao ser eleito por aclamação em seu primeiro mandato, em 2007, na esteira de Yokohama, até o fundo do poço, arrastado pelo rebaixamento e por denúncias de irregularidades. Só uma reviravolta bombástica pode salvá-lo.