Marcelo Medeiros está infectado, e também Romildo Bolzan. No Grêmio, mais dois do conselho de administração, Marco Bobsin e Cláudio Oderich, sem contar o diretor da base.
A lista pode aumentar, nos dois lados.
Não há como saber onde exatamente se deu o intercâmbio viral, mas hoje está claro como a chegada do outono: aquele Gre-Nal, já com pandemia declarada, há tão somente 12 dias, jamais poderia ter sido jogado com portões abertos e 50 mil suando, se abraçando e se tocando na Arena do Grêmio. Danem-se a primeira vez em Libertadores e o evento histórico.
Romildo Bolzan, sabemos agora, é o primeiro caso positivo de Osório, onde mora. O jantar de confraternização da Libertadores, certamente, nem teria ocorrido na véspera do Gre-Nal se o alarme dos portões fechados soasse antes.
Os que testaram positivo estavam todos lá, no jantar e no Gre-Nal. A confusão que se tentou evitar no dia do jogo agora bate à porta com juros e barulho de estrondo.
Na Europa, a Universidade de Roma examina a hipótese de o jogo entre Atalanta e Valencia, em Bergamo, norte da Itália, pelas oitavas da Champions, ter sido um acelerador do vírus entre os países. O time espanhol é o campeão de casos positivos no futebol mundial. A partida foi realizada normalmente, com torcida.
Enfim: estamos todos aprendendo como e quando agir em uma pandemia dessa magnitude, com uma doença tão contagiosa. As autoridades, estaduais e municipais, entenderam que não havia risco por inexistir transmissão local naquele momento, há menos de duas semanas. Houve quem considerasse temerário, como este colunista registrou no Sala de Redação e durante a transmissão do Gre-Nal, na Rádio Gaúcha.
Que o Gre-Nal do coronavírus sirva de lição para o futuro. O momento é de convergir. Bola para frente.
E fiquem em casa.