Agora, não tem desculpa. O quinto título na Copa São Paulo, conquistado sobre o Grêmio, mantendo a virgindade do rival na competição, obriga o Inter a aproveitar melhor seus prata da casa. Ainda mais tendo faturado também, recentemente, o Brasileirão de Aspirantes, igualmente em Gre-Nal.
Se não aproveitar a gurizada agora, quando o fará?
Bruno Praxedes foi destaque na final, vencida nos pênaltis por 3 a 1. O Grêmio acertou a trave três vezes. O Inter só parou em uma defesa do bom goleiro Adriel. O zagueiro Tiago Barbosa salvou o time do técnico Fábio Matias três vezes, com desarmes cirúrgicos. Deu azar no gol do Grêmio, já que Fabrício tentou cruzar e o desvio nele enganou o goleiro Emerson, outro que merece atenção.
O camisa 10 e capitão Cesinha tem habilidade. Guilherme Pato, autor do gol de empate, pode ser uma tentativa, ainda mais se o Inter não conseguir contratar atacantes de lado. Drible é com ele mesmo.
No jogo em si, final histórica na Copinha e na rivalidade Gre-Nal, no Pacaembu, o equilíbrio foi total, refletindo as campanhas de equipes que jamais renunciam ao ataque. Até a final, eram seis vitórias e dois empates para cada lado.
O Inter começou mais agressivo e foi hegemônico no primeiro tempo. Finalizou mais. Só não saiu na frente porque os zagueiros gremistas Heitor e Alison foram perfeitos no mano a mano contra Pato e Thiago Monteiro.
O segundo tempo do Grêmio foi melhor até quando ficou com a menos. Abriu o placar, mas Alison cometeu aquele erro de guri. Comemorou subindo o alambrado, o que tem de ser punido com cartão amarelo, conforme texto da regra. Como era o segundo, virou vermelho.
O Inter empatou logo em seguida, com Pato dividindo bola feito centroavante. O técnico Guilherme Bossle foi bem na recomposição clássica, com duas linhas de quatro. Não tirou um atacante, mas o meia Pedro Lucas, apostando no ótimo volante apoiador Diego Rosa como articulador. Funcionou. O Inter não conseguiu trocar passes como deveria, carregando demais a bola. O Grêmio desarmava e sempre tinha Elias, o melhor em campo, e Fabrício para puxar o contra-ataque. Teve até chances de fazer 2 a 1 atuando com inteligência. Diego Rosa perdeu na cara do gol, no finzinho.
Mas o ofensivo Inter respondia aos contra-ataques com risco a Adriel. O empate fez jus ao equilíbrio do jogo, com destaque para o Grêmio levar até os pênaltis, mesmo disputando com 10 em campo por mais de meia hora.
Só que, na hora dos pênaltis, o Grêmio foi muito mal. Além do nervosismo, talvez o cansaço por ter atuado muito tempo com um a menos tenha tisnado a lucidez na hora das cobranças. Apenas Gazão acertou. No Inter, Cesinha, Tiago Barbosa e Carlos Eduardo converteram com serenidade. Só Matheus Monteiro perdeu, ou Adriel defendeu. No Grêmio, Vítor, Wesley e Gonçalves carimbaram traves e travessão. Um vice invicto, que não pode deslustrar a boa campanha, com revelações pedindo passagem: Diego Rosa, Adriel, Rildo e artilheiro driblador Elias.
O Inter agora é o segundo maior vencedor da Copinha, com cinco títulos, atrás dos 10 do Corinthians. O Grêmio segue na fila, sem conquistá-la.