Abriu-se a janela de transferências que pode demolir times e sonhos dos clubes brasileiros. A relação futebolística entre América do Sul e Europa é colonial. Nós produzimos cana-de-açúcar (bons jogadores), que tem boa cotação no mercado internacional. O preço sai barato para a elite do Velho Continente.
É só ver quanto o PSG pagou ao Barcelona por Neymar, que agora fará o caminho de volta. São valores muito mais altos do que se o produto tivesse sido comprado diretamente da colônia tupiniquim.
Se um tubarão inglês ou espanhol empilhar para o Grêmio dezenas de milhões de euros por Everton, nem mil Bolzans impedirão. Vale o mesmo para os árabes e Edenilson, em escala menor, para o Inter.
Se os sauditas do Al Hilal se irritarem com a resistência colorada e dobrarem a oferta pelo meio-campista, acabou. Até 31 de agosto, quando fechar a janela, será essa angústia para Renato Portaluppi e Odair Hellmann.
Eles podem gastar semanas treinando um time que nem entrará em campo. E os torcedores experimentarão a angústia e o sofrimento de, a cada atualização do noticiário, perderem um ídolo. É a herança das capitanias hereditárias.
Nós temos a cana-de-acúcar. Eles, o ouro.