Então, chegou o dia em que jogar contra retrancas deixou de ser um drama para o Inter. Pela manhã, no Domingo Esporte Show, com o Rafael Colling, conversávamos na Rádio Gaúcha sobre a chance de o jogo com o CSA terminar em goleada. Não era o que o passado recente apontava, eu disse. O CSA vinha de um gol sofrido em três rodadas, duas delas contra Palmeiras e Santos. Aquela história de o time com menos capacidade técnica baixar linhas e arriscar um contra-ataque a partir de um erro de passe do adversário ou bola longa, ajudado pela pressão da torcida local.
No ano passado, o Inter se complicou nesse tipo de enfrentamento. Lá pelas tantas, concluímos que, com Nonato e D'Alessandro, o técnico Odair Hellmann tinha pela frente uma oportunidade ímpar de se testar com um meio mais movediço e criativo. Aquele exemplo clássico: o drama que foi vencer o Paraná, em casa, gol de falta de Camilo nos acréscimos, aos 50 minutos do segundo tempo. Lembre-se: houve um tempo em que eram Patrick e William Pottker nos lugares de Nonato e D'Ale. Bingo. Foi exatamente o que ocorreu.
Mais cedo
Os gols são a prova absoluta das vantagens de uma transição mais rápida e menos óbvia. A bola ia e voltava no paredão alagoano. Então, em vez de acionar o flanco direito, perto de onde estava, D'Ale dominou. Na entrada da área, driblou um e arrancou. Mas retornou, quando parecia que prosseguiria. Girou. Nestes segundos preciosos, três marcadores foram em cima dele, dando a Iago e Nonato a liberdade para assistência e gol.
D'Ale e Nonato, dois criadores, abriram o placar. Você consegue imaginar Pottker fazendo o que fez D'Ale? E Nonato, autor deste gol e decisivo no segundo, de Edenilson, com leves toques de primeira? Patrick conduz a bola. O Inter já está perto do G-4, ainda antes de quando arrancou no ano passado.