Sem Nico López, suspenso, o Inter teve medo de não fazer gol na Arena e, assim, dar chance ao Grêmio de se recuperar após perder para o Libertad. Anunciou reservas, como protesto.
Temendo perder para os suplentes de um rival em alta na Libertadores e, quem sabe, desarrumar de vez sua casa após a surpreendente lanterna continental, o Grêmio guardou a resposta até o último instante. Foi 100% reserva também, à exceção de Léo Gomes, único titular e autor do gol solitário da noite.
No caso gremista, o medo de perder foi maior do que a crença em uma goleada, como queriam os torcedores ouvidos pelo Duda Garbi, na Rádio Gaúcha, antes da partida. Por mais que a rivalidade tenha lá suas histórias saborosas, francamente. Parecia briga de colégio.
Ao fim e ao cabo, foi até engraçado. O Gre-Nal 418 será lembrado como o do folclore. A presepada de Inter e Grêmio só foi possível porque o clássico não valia quase nada em termos de tabela. A chance de o Inter terminar em quarto lugar com a derrota, abrindo chance de Gre-Nal na semifinal, é pequena.
Os reservas do Grêmio são melhores e, por isso, venceram. Mérito de Renato, que há algum tempo vem rodando e dando minutagem ao seu grupo, confiando na gurizada. As chances recebidas lá atrás agora fizeram a diferença.
Matheus Henrique e Jean Pyerre exibem status de titulares. Eles tomaram conta do jogo, sobretudo Matheus e sua dinâmica. O desenho tático e o modelo dos titulares se manteve. O Grêmio propôs, e já era assim antes da expulsão de Nonato, a 29 do primeiro tempo, lance que selou a sorte colorada.
O gol de Léo Gomes, em jogada tramada pela direita, é prova desse roteiro. Com transição trôpega, o Inter apostou no contra-ataque. Na volta do intervalo, ressalte-se a bravura colorada. Ainda que na transpiração e bola aérea, foi à luta. Mas, criando tão pouco, é difícil. O Grêmio nunca perdeu o controle do Gre-Nal.