O resumo de um Grêmio que parecia um time situado em algum lugar antes da chegada de Renato, comum, sem inspiração e, o mais grave, marcando pouco, de longe, deu-se a 14 minutos do segundo tempo. Quando Maicon, há anos uma referência da dinâmica de jogo apoiado e toques curtos, sai de campo sem nenhuma objeção da torcida, como troca óbvia, é porque algo muito errado estava acontecendo. Sim, foi pênalti em André, mas a atuação foi tão ruim que até constrange culpar a arbitragem em um lance nem tão acintoso assim. Uma derrota justa e decepcionante do time que é festejado como o melhor do Brasil, mas que no primeiro momento grande de 2019 fraquejou.
O Libertad tem experiência de sobra e soube vigiar os jogadores-chave do meio-campo gremista, que são Luan e Maicon. Encurtou, fez linhas de quatro próximas, congestionou o setor. Mas quantas vezes isso foi feito contra o Grêmio? Várias, e ambos tiravam de letra. Nesta quarta-feira (12), não. Jean Pyerre melhorou o time, mas nem tanto assim. Nada deu certo. Geromel foi medonhamente driblado no gol de contra-ataque do Libertad. Luan desapareceu, de novo. Kannemann errou passes ao sair jogando. O próprio ingresso de Tardelli, segundo Renato ainda longe da forma ideal, é prova de como as armas tradicionais fracassaram solenemente.
Tardelli entrou na direita, sem força para recompor e sem ritmo. A pressão veio, mas desordenada e improdutiva, com cruzamentos e algumas ligações diretas, diante de um Libertad cansado e cheio de veteranos. Nem assim. Nada a ver com o Grêmio. Apesar dos 70% de posse de bola, Martín Silva quase não precisou operar milagres. O Libertad até ameaçou mais, em um e outro contra-ataque, sem contar a chance incrível perdida por Cardoso, cara a cara com Paulo Vitor, bem no começo. Até Everton sumiu, contaminado por uma atuação irreconhecível. Quem diria: um dos favoritos ao título já não pode excluir a hipótese de eliminação na fase de grupos.