Em um jogo ruim e cheio de passes errados, só mesmo um golaço de total improviso como o de Everton, no último lance dos acréscimos, para decidir a vitória dos reservas do Grêmio sobre o Fluminense por 1 a 0, no Engenhão. Renato queria 10 pontos em quatro jogos, tomando por base o conjunto que inclui três partidas em casa. Se ganhar do Bahia, na Arena, faz 12 em 12. E arranca justamente na reta final do Brasileirão. Está na briga por título.
Se Maicon, Everton e Alisson tivessem ficado mais tempo em campo juntos, provavelmente o Grêmio provaria de facilidades. Mas Cebolinha entrou no lugar de Pepê só na segunda etapa. Ele, com assessoria de luxo de Thonny Anderson, que substituiu a um decepcionante Jean Pyerre, mudou a cara do jogo. De quatro arrancadas, no máximo, uma ele resolve.
Quando o precário time titular do Fluminense decidiu se arriscar e tentar ganhar de verdade, abrindo mão dos três zagueiros e sacando Gum em nome de Marcos Júnior, Renato respondeu aceitando a trocação. O empate nem seria ruim, dadas as circunstâncias. Mas Renato não se contentou. Queria mais.
É uma marca sua: sempre buscar o ataque, nunca usando o banco para recuar o time, salvo exceções pontuais e justificadas. Foi premiado por isso. Os últimos 20 minutos foram lá e cá, bom de ver. Sem muita lucidez, verdade, mas com emoção para os dois lados. O medo de Grêmio e Fluminense ficou no intervalo, dando espaço para a coragem do risco.
A qualidade na finalização que faltou aos titulares do Fluminense sobrou no Grêmio. O Flu finalizou mais (14 a 6), obrigando o goleiro Paulo Victor a pelo menos duas belas defesas. Nas outras vezes, a defesa bloqueou. Paulo Miranda e Bressan estiveram impecáveis. Mas as chances mais claras ficaram com o Grêmio nos contra-ataques.
O gol de Everton não é acaso. É invenção pura, golaço de calcanhar, daqueles de vinheta, raros de se ver. Vem sendo assim em 2018. Com um jogador na fase mágica como Everton, que parece ter melhorado com as convocações para a Seleção, o Grêmio pode tudo neste fim de ano. Pode ser campeão da Libertadores e Brasileiro. Difícil, mas pode. Se jogando meia hora ele decide, imagine o tempo todo, nas decisões.