Não ficou bem para Jorginho alegar "problemas pessoais" e deixar o Ceará na mão após três jogos. Por que não disse logo que ia para o Vasco? Coincidência? Faça-me o favor. Só se for a maior coincidência da história do futebol brasileiro. Enfim.
Quando Guto Ferreira recebeu convite para treinar o Inter, jogou às claras com o Bahia. Queria tentar um salto, ir para um clube maior. Direito dele, como é direito de Jorginho comandar um gigante novamente.
Mas Guto deixou as portas abertas, tanto que voltou para Salvador. Foi demitido após a derrota para o Grêmio, mas não se inviabilizou. E a causa foi a sinceridade.
No América-RJ, em 2006, Jorginho proibiu seus jogadores de dizer palavrão e defendeu mudança do mascote, do diabinho para a águia. À época, disse assim: "A águia é o único ser vivo que vai em direção à tempestade em vez de fugir". Juro: falou isso mesmo.
O evangélico ferrenho Jorginho é um técnico esquisito, o que talvez explique uma carreira tão promissora nunca ter decolado. E olha que ele chegou a ser o auxiliar de Dunga com a Seleção, na Copa da África do Sul, em 2010. Só falta defender "continuidade do projeto" se os resultados no Vasco não vierem logo.